(Créditos: Heike Trautmann/Unsplash)
A perda do olfato é um dos principais sintomas da COVID-19. E infelizmente, não são todas as pessoas que recuperam o sentido após se recuperar da doença. E os tratamentos existentes hoje, como a terapia de cheiro, não funcionam para quem perdeu totalmente o olfato por causa da doença.
Foi na busca por novas alternativas de tratamento a essas pessoas que Zara Patel, especialista em doenças envolvendo o nariz da Universidade de Stanford (EUA), desenvolveu uma nova técnica de tratamento que consiste na regeneração das células do nariz. E os resultados têm se mostrado promissores.
A nova técnica de Patel tem como objetivo reverter os efeitos que o vírus causa nas células do nariz. Durante a COVID muitas pessoas acabam perdendo a habilidade de identificar cheiros porque o vírus SARS-CoV-2 acaba inflamando as células do nariz. Esta inflamação acaba destruindo as células responsáveis por fazer a identificação dos diferentes cheiros, o que resulta na perda do olfato.
De acordo com a New Scientist, a equipe de Patel desenvolveu uma técnica para “forçar” a regeneração dessas células: injetar plaquetas direto no nariz. As plaquetas são um tipo específico de células presentes em nosso sangue, e são ricas em proteínas regenerativas que aceleram a recuperação celular.
Os testes foram feitos em uma equipe de 32 pessoas, todas na faixa dos 50 anos e que tiveram perdas de olfato após uma infecção de COVID-19. Metade dessas pessoas receberam 3 injeções de plaquetas no nariz em um período de 6 semanas, enquanto metade recebeu injeções de uma solução salina, na mesma quantidade e no mesmo período.
Antes do teste, todos os participantes conseguiam identificar cerca de 40 odores no total. Um ano depois do teste, os participantes injetados com plaquetas conseguiam identificar, em média, nove tipos de cheiros a mais. No grupo injetado com solução salina a recuperação foi mais lenta, e apenas um novo odor foi identificado.
Claro, o tratamento ainda está nos estágios iniciais de desenvolvimento. Mas os resultados são promissores, e cientistas acreditam que com mais estudos ele pode ser tornar uma solução viável e amplamente utilizada.
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