Maconha. Foto: © Arquivo/Agência Brasil/Montagem Pedro Zambarda/Drops de Jogos
Durante décadas a sociedade estigmatiza o uso recreativo da maconha como uma droga de “emburrece” o usuário, mas um estudo feito por pesquisadores da Universidade de Copenhague é mais uma indicação de que esse conceito não passa de um preconceito.
No estudo feito com mais do que 5000 pessoas do sexo masculino, foi constatado que não apenas o uso de maconha não causa degradação mental acelerada, como percebeu-se que os usuários da droga apresentavam um ritmo de declínio mental provocado provocado pelo envelhecimento ligeiramente menos acelerado do que entre as pessoas que não usavam a droga.
Além disso, também foi constatado que a idade em que se começa a usar também não faz diferença. Tanto pessoas que usam maconha desde a adolescência quanto aquelas que começaram a usar depois de adultas apresentam o mesmo nível de declínio mental ao envelhecer.
Por se basear em dados de um teste de cognição feito por todos os jovens que se alistam no exército dinamarquês, o grande problema dessa pesquisa mais recente é que ela foi feita apenas com homens. Mas os resultados dela servem de reforço para outros estudos feitos na Austrália e nos EUA, que incluem mulheres e chegaram na mesma conclusão: o uso de maconha não interfere no declínio cognitivo.
Os pesquisadores se basearam no Børge Prien’s Prøve, um teste cognitivo obrigatório para quem se alista no exército dinamarquês, e que é repetido 44 anos depois para todos.
De acordo com as regras de alistamento da Dinamarca, na média, o primeiro teste é aplicado para pessoas com 20 anos e, o segundo, com 64 anos. Na Dinamarca, a faixa de idade para alistamento é entre 18 e 26 anos.
Essa pessoas foram então divididas em dois grupos: um para quem usou ou usava maconha, e
Outro para quem nunca consumiu a droga. E entre o grupo dos usuários, eles foram divididos em grupos menores de acordo com a idade que se iniciou o consumo da droga.
No fim, a única diferença em declínio mental notada entre os usuários da droga e aqueles que nunca consumiram foi que, em média, quem usou maconha ao menos uma vez na vida alcançou resultados de 1,3 pontos de QI maiores no segundo teste (o que é feito 44 anos depois do alistamento) do que quem nunca usou a droga.
Este tipo de estudo – junto com outros que apontam droga “legais”, como álcool e o tabaco, trazem mais problemas ao organismo do que a maconha – ajudam a deixar claro como a justificativa a tal “Guerra às Drogas” é baseada em nada.
Décadas atrás, uma série de estudos apontando a maconha como “porta de entrada” para outras drogas e o grande causador da “queda” da sociedade foram usados para justificar uma “Guerra às Drogas” que sempre foi mais racial do que necessariamente contra as drogas.
Nos últimos anos, muitos especialistas estão apontando esses estudos como “pagos”, apresentando resultados que justificariam ao governo dos EUA (e, por influência deles, grande parte do mundo) a usar a desculpa das drogas para atacar grupos minoritários e comunidades de pessoas negras – que, nos EUA, eram as maiores consumidoras de maconha antes da “Guerra às Drogas” proibir o uso da planta.
Estudos como o da Universidade de Copenhague ajudam a mostrar como tudo aquilo que imaginamos dos usuários dessa droga muitas vezes não passa de preconceito. Claro, um consumo excessivo de maconha vai fazer mal para você, mas isso é verdade com absolutamente tudo.
Café, açúcar, gorduras, água – coisas que seu corpo precisa para funcionar, mas irão te fazer mal se consumidos em excesso. Não é porque beber um copo de água te faz bem que tentar beber 20l de água de uma vez não vai te mandar pro hospital.
A minha expectativa é que, com as novas compreensões causadas por esses estudos mais recentes, a gente possa deixar de lado muitos desses preconceitos e passar a discutir o uso ou não de maconha de maneira séria e científica.
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