Drops recebeu informações da premiação científica.
A Folha de S.Paulo e o Jornal UFG (Universidade Federal de Goiás) são os grandes vencedores da 8ª edição do Prêmio IMPA de Jornalismo, que reconhece reportagens de excelência em Matemática e Divulgação Científica. O resultado celebra a importância do jornalismo na popularização do conhecimento e no fortalecimento do debate público sobre ciência no Brasil. Ao todo, serão distribuídos R$ 36 mil aos seis trabalhos vencedores do concurso.
Na categoria “Matemática”, a reportagem “A beleza matemática dos fractais”, assinada por Luiz Felipe Fernandes Neves e publicada no Jornal UFG, conquistou o primeiro lugar. O trabalho destacou o universo da geometria fractal, desde suas origens no século 19 – com figuras então vistas como “patológicas”, como o Conjunto de Cantor e a Curva de Koch – até sua formalização pelo matemático Benoît Mandelbrot na década de 1970. Conceitos-chave como autossimilaridade, dimensão fracionária e complexidade infinita são explicados de maneira acessível, revelando como essas estruturas desafiam a geometria tradicional e ampliam a compreensão sobre a natureza.
Em “Divulgação Científica”, os jornalistas Vinícius Sassine e Lalo de Almeida, da Folha de S. Paulo, conquistaram o primeiro lugar com a série “Mudanças Climáticas na Amazônia”, que mostra como comunidades tradicionais da região são afetadas pela crise climática. O trabalho percorreu três regiões distintas da Amazônia brasileira, em três estados, mostrando os impactos da seca, do fogo e da transformação ambiental.
Categoria Matemática
O segundo colocado na categoria “Matemática” foi o jornalista Pedro Santos Teixeira, da Folha de S.Paulo. A reportagem “Entenda a matemática que faz a maioria dos apostadores perder e bets lucrarem” mostra como a estatística e a contabilidade são usadas por empresas de apostas para manter o jogador pagando pelo serviço.
E o terceiro lugar foi para o programa Fantástico da TV Globo com a série de reportagem “Mentes Digitais – A era da inteligência artificial”. A equipe, formada por Levi Guimarães Luiz, Álvaro Pereira Júnior, Wellington Almeida, Nathália Butti e Jae Ho Ahn, percorreu três países – China, Estados Unidos e Canadá – para mostrar os principais avanços da IA e seu papel estratégico no cenário político, econômico e social mundial.
Categoria Divulgação Científica
O Fantástico também conquistou o segundo lugar só que na categoria “Divulgação Científica” com a reportagem “Computador quântico: como funciona a tecnologia que promete revolucionar a vida na Terra”. A reportagem explicou de forma didática um tema altamente complexo e geralmente restrito ao meio acadêmico: os chips quânticos. Com exemplos visuais, a matéria apresentou tanto os potenciais benefícios quanto os riscos associados à tecnologia, ouvindo especialistas e representantes de grandes empresas. Levi Guimarães, Felipe Santana, Luigi Sofio, Lariza Relvas, Alex Carvalho, Nathália Butti e Marco Arantes integram a equipe responsável pela reportagem.
A reportagem “Além do Diagnóstico – Dois curados do HIV”, de Lucas Machado, Renata Lage, Andressa Gonçalves e Vanessa Fernandes conquistou o terceiro lugar. Exibida na GloboNews e na TV Globo, mostrou um avanço histórico da medicina: a descoberta de uma mutação genética em células que as torna resistentes ao HIV, utilizada em transplantes de medula óssea para pacientes com câncer. O procedimento já levou à cura de sete pessoas no mundo. O trabalho trouxe depoimentos exclusivos de dois desses pacientes, em sua primeira entrevista a uma TV brasileira.
Menções Honrosas
O 8º Prêmio IMPA de Jornalismo também concedeu duas menções honrosas para cada categoria em disputa. Em Matemática, foram contempladas as reportagens “Como a neurociência e a educação quebraram todos os tabus sobre Matemática – e isso muda a sua vida”, da jornalista Renata Cafardo, do jornal O Estado de S.Paulo, e a reportagem “Quebrando o Código: Mulheres e Inteligência Artificial”, de Carina Dourado, Cleiton Freitas, André Rodrigo Pacheco, Marcelo Vasconcelos, Márcio Stuckert, Caroline Ramos e Alex Sakata, da TV Brasil.
Em Divulgação Científica, os destaques ficaram para a série “Diário da Antártida”, de Phillippe Watanabe e Elvis Pereira, da Folha de S.Paulo, e a série “Microplástico na veia”, de Paulo Leite e Flávia Peixoto, da TV Brasil.
O Prêmio IMPA de Jornalismo chegou em 2025 à sua oitava edição consolidado como um dos principais reconhecimentos ao jornalismo científico do país. Os vencedores foram selecionados por um júri de cientistas e jornalistas, formado pelo diretor-geral do IMPA, Marcelo Viana, pela presidente da Academia Brasileira de Ciências (ABC), Helena Nader, e pelos jornalistas Sabine Righetti, pesquisadora do Labjor-Unicamp e fundadora da Agência Bori, e Raphael Gomide, coordenador da Assessoria de Imprensa do IMPA.
Assim como no ano passado, o concurso vai oferecer R$ 10 mil aos dois primeiros colocados em cada categoria disputada; R$ 5 mil para os segundos colocados e R$ 3 mil para os terceiros. Os jornalistas selecionados serão convidados a participar de um bate-papo online com o diretor-geral do IMPA, em data a ser divulgada. A iniciativa visa incentivar o diálogo sobre os desafios e a relevância da comunicação científica no Brasil.
Nesta edição, o 8º Prêmio IMPA de Jornalismo recebeu 224 inscrições de reportagens e séries publicadas em jornais, televisão, site de notícias, rádio e podcast. O número de participantes foi o segundo maior registrado na história do concurso, que em 2020 chegou a receber 227 inscrições.
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