George R.R. Martin aparece como co-autor de trabalho acadêmico - Drops de Jogos

George R.R. Martin aparece como co-autor de trabalho acadêmico

Mas e o livro, malandrão? E O LIVRO???!!!!!

(Créditos: Gage Skidmore/Wikimedia Commons)

Todo mundo sabe que George R.R. Martin ficou famoso por publicar os livros das Crônicas de Gelo & Fogo, que foi a base para a famosa série Game of Thrones da HBO. Mas o que apenas os fãs sabem é que, hoje, George é famoso por fazer absolutamente qualquer coisa que não seja terminar o próximo livro das Crônicas. E, pelo jeito, até mesmo um trabalho acadêmico em física teórica é mais interessante do que escrever Winds of Winter.

O escritor aparece como co-autor em um trabalho publicado por Ian Tregillis, um físico do Laboratório Nacional de Los Alamos, no American Journal of Physics. Tregillis explica que um dia teve a ideia de tentar entender se seria possível existir um vírus que se replica e atua sobre o corpo humano da forma como acontece na série de livros Wild Cards, e na época ele brincou com os amigos que talvez isso fosse mais um trabalho de pesquisa real do que uma postagem de blog. E, anos depois, essa “brincadeira” se tornou um trabalho real, publicado em uma das mais tradicionais revistas científicas dos EUA.

A relação com George R.R. Martin

Para quem não sabe, Wild Cards é uma série de livros criados por George R.R. Martin em parceria com a escritora Melinda M. Snodgrass (que também aparece como co-autora do trabalho de Tregillis). A história apresenta uma versão alternativa dos EUA pós-Segunda Guerra, onde um vírus alienígena mudou todo o mundo como o conhecemos. Entre as pessoas que contraem o vírus:

  • 90% morrem;
  • 9% passam por mutações dolorosas no organismo e que dificultam a vida dali pra frente (os jokers);
  • E o 1% restante ganham superpoderes (os aces)

Portanto, é esta relação de 90:9:1 que Tregillis estudou, tentando explicar se existiria algum sistema capaz de explicar um vírus que se replicasse dessa forma.

Sim, existe um modelo matemático que explica isso

Durante o estudo, Tregillis acabou encontrando diversos fatores que poderiam causar problemas ao modelo. Um deles é o fato de que, na teoria, as categorias “joker” e “aces” serem mutuamente exclusivas, mas o cânone de Wild Cards está repleto de personagens que pertencem a ambas. Ou seja, pessoas que receberam super-poderes mas, ao mesmo tempo, passaram por uma mutação dolorosa que dificulta a vida delas.

Um outro problema encontrado foi a possível existência de “cryptos”, pessoas que acham que são “jokers” mas na verdade são “aces” com poderes que não podem ser facilmente observados. Por exemplo, alguém que tem o superpoder de emitir raios ultravioleta do umbigo, ou de fazer uma pessoa específica em outro país ser capaz de se comunicar com baleias. Assim, Tregillis e Martin definiram três regras para o estudo:

  • Regra 1: os cryptos existem, mas é impossível saber quantos ou quem eles são;
  • Regra 2: o estudo seria baseado apenas nas mutações observáveis e que obedecem a regra de distribuição 90:9:1;
  • Regra 3: o resultado de como o vírus influencia o organismo dos infectados pode ser explicado por um modelo de Distribuição Gaussiana Multivariada.

Legenda: Com essas três regras, Tregillis e Martin chegaram a um modelo que possui essa representação gráfica, que inclui o um modelo polar para todo o sistema e a representação das trajetórias vetoriais de quem sofre mutações.

No fim, o trabalho de Tregillis conseguiu traduzir a influência viral teórica presente nos livros de Wild Cards em um sistema matemático concreto, dinâmico e simples. Ou, ao menos, simples para quem entende de matemática avançada e física teórica (não é o meu caso).

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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.

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