Por Pedro Zambarda, editor-chefe.
Ministra de Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, integrou a comitiva do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em missão oficial à China no dia 13 de maio de 2025. Esteve com Lula por ocasião da visita de Estado e da participação do Brasil no IV Fórum CELAC-China.
O Drops entrou em contato com a ministra solicitando uma entrevista exclusiva com detalhes da viagem e o seu trabalho no governo.
Drops: Quais foram os principais ganhos para o MCTI nessa viagem até a China?
Luciana Santos: Eu me reuni com o ministro da Ciência e Tecnologia da China para tratar dos temas estratégicos de interesse mútuo e estreitar ainda mais a relação de cooperação bilateral já existente com a China nas áreas de ciência, tecnologia e inovação.
O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação ganhou com essa visita internacional a assinatura de três instrumentos estratégicos, incluindo uma declaração Conjunta de Intenções entre o MCTI e a Administração Espacial Nacional da China (CNSA) sobre o compartilhamento de dados espaciais com países da América Latina e do Caribe.
Essa iniciativa reforça a liderança do Brasil no uso de tecnologias espaciais para o desenvolvimento sustentável e amplia o impacto do Programa CBERS (Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres) como instrumento de diplomacia científica regional.
D: E quais são os outros dois instrumentos?
LS: Também conseguimos um Memorando de Entendimento entre o MCTI e o Ministério da Ciência e Tecnologia da República Popular da China para o Estabelecimento de um Centro de Transferência de Tecnologia Brasil-China, voltado à promoção da inovação, apoio à internacionalização de startups e fortalecimento da proteção da propriedade intelectual, com impactos positivos na cooperação industrial e científica entre os dois países.
E também conseguimos um Memorando de Entendimento entre a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) e a Autoridade de Energia Atômica da China (CAEA), voltado à ampliação da cooperação em pesquisa e desenvolvimento na área de usos pacíficos da energia nuclear.
O instrumento contempla pesquisas fundamentais e aplicadas, além da formação de recursos humanos nas áreas de projeto, construção, operação e manutenção de reatores modulares pequenos e reatores de pesquisa multipropósito, entre outras iniciativas como segurança nuclear, segurança física nuclear, preparação e resposta a emergências nucleares e proteção radiológica.
O ministério também conseguiu avanço em negociações estratégicas, como o projeto CBERS-5, satélite geoestacionário meteorológico de última geração. Ele segue em negociação com a China, com o objetivo de garantir soberania no monitoramento climático e melhoria da capacidade nacional de resposta a desastres naturais.
Mais uma coisa, Pedro. Conseguimos parcerias estruturantes em áreas como radiofármacos, inteligência artificial, além de iniciativas bilaterais em inovação com empresas e instituições científicas e tecnológicas de ambos os países.
Tudo isso mostra o papel do MCTI como articulador da cooperação internacional em ciência e tecnologia e consolidam a parceria Brasil-China como uma das mais relevantes para o avanço tecnológico e o desenvolvimento sustentável no Sul Global.
Leia a entrevista na íntegra aqui.

Bandeira da China – Foto: Hector Retamal / AFP/Montagem Pedro Zambarda/Drops
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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.