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Opinião: Como fica o desenvolvimento de Games no [des]governo brasileiro

O Brasil passa por um momento singular em sua história política, marcado por controvérsias e incertezas no âmbito institucional e econômico. Um programa de governo de 13 anos foi afastado em uma movimentação de oposição que deve rendar muitas análises para o futuro. As indefinições geradas pelo processo pautam, entre outras coisas, a forma como deve seguir o mercado desenvolvedor de games na país.

Não há resposta fácil, admita-se, mas considerando as muitas dúvidas que pairam no cenário político e econômico atual, é difícil imaginar perspectivas melhores [ou mesmo similares] às encontradas até aqui. Hoje, na mídia, Juca Ferreira, até ontem ministro da Cultura, classificou a pretensa fusão do MinC com o ministério da Educação como "um erro monstruoso", considerando as responsabilidades do MinC junto às iniciativas com museus, desenvolvimento cultural e produção artística. 

"Jogos BR/BR Games" [com seus erros e acertos do passado], nem pensar. Da mesma forma, com a reorganização dos ministérios, é improvável a continuidade de programas como o Inovapps, de responsabilidade do MiniCom, hoje alvo de ação judicial movida pelo Ministério Público Federal. Iniciativas como o Programa de Apoio ao Desenvolvimento da Indústria Audiovisual, PRODAV, criado pelo governo federal e voltado ao incentivo de projetos audiovisuais independentes em formatos variados, incluindo games, também deverão ser revistos ou definitivamente abortados.

Ainda na esfera das políticas públicas do MinC, as conversações até aqui mantidas pela Abragames, voltadas a conquistar o acesso do desenvolvimento de jogos nacionais ao FSA, Fundo Setorial de Audiovisual, da Ancine, devem morrer na praia, após anos de braçadas infrutíferas. Nada animador.

Para coroar este panorama, a proposta de regulamentação dos vídeos pela internet, que sugere efetiva cobrança de veiculação de conteúdo online, pode facilmente levar à tributação de comercialização de jogos na rede, como ensaiou recetemente o governo paulista com as mudanças de alíquota do ICMS.

Tudo somado, parece restar ao desenvolvedor indie brasileiro produzir suas criações por conta própria, pagando do bolso, sem perspectivas efetivas do retorno desejado, manter foco e "fé" para continuar na batalha, como afirmou Renato Degiovani no Objection gravado ontem à noite.
Mesmo se o novo governo provisório conseguir melhoras na economia nacional, os desdobramentos positivos para o mercado, especialmente para as produções não essenciais básicas, não deverão ser imediatos. 'Renatão' está certo: foco e fé, rapaziada!

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Kao Tokio

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