(Créditos: Felipe Freitas/Drops de Jogos)
Na madrugada desta sexta-feira (14) milhares de paulistanos e cariocas madrugueiros tomaram um susto daqueles ao receber um alerta de terremoto no celular. A notificação avisava sobre um terremoto com magnitude estimada de 5,5 na Escala Richter que iria atingir a área onde esses usuários estavam. Esta área seria de 179,7 km de distância, entre o litoral de São Paulo e o sul do Rio de Janeiro.
No fim, tudo não passou de um alarme falso e não aconteceu terremoto algum. Mas por que tantas pessoas receberam esse alerta indevido? Essa resposta passa pela forma como funciona o sistema de alertas para desastres no sistema operacional Android.
Os celulares Android possuem dois tipos de sistema de alertas. Eles não possuem nomes definidos, mas aqui eu irei chamá-los de “sistema oficializado” e “sistema prático”.
No modelo que eu chamei de “sistema oficializado”, o Google colhe informações de órgãos oficiais que monitoram a presença de terremotos. Com base nesses dados, ele avisa os usuários de uma região onde irão ocorrer terremotos de pelo menos 4,5 na Escala Richter — que vai até 10. Este valor é convencionado para quando um tremor é sentido mesmo como um “terremoto” pelas pessoas comuns. Tremores abaixo de 4,5 acontecem com certa frequência, mas são tão banais que podem ser confundidos com os efeitos de um caminhão passando pela rua da sua casa.
Apesar de este ser o sistema mais “confiável”, ele não é o mais utilizado, e apenas algumas localidades utilizam este tipo de alerta.
Alerta de terremoto falso enviado para os celulares Android nesta madrugada (Créditos: Felipe Freitas/Drops de Jogos)
O tipo de alerta mais comum é o oriundo do que eu chamo aqui de “sistema prático”, pois é baseado na experiência das pessoas que estão em uma área onde ocorre um terremoto. Este sistema usa os acelerômetros dos próprios smartphones para detectar atividades “suspeitas” de vibração e tremores de terra.
Caso sinta algo que ele “suspeite” se tratar de um terremoto, o sistema envia um alerta automático para a central do Google, junto com uma localização aproximada de onde este terremoto estaria acontecendo. Se muitos aparelhos em uma mesma área enviam esse tipo de informação à central, um alerta é então enviado para todos os celulares Android daquela região.
Além da diferença entre os sistemas que desencadeiam um alerta de terremoto no Android, também existem tipos diferentes deste alerta. Há um específico para casos mais leves e outro para situações mais graves.
Nos eventos mais leves, o aviso é apenas uma notificação comum. Ela oferece mais informações se o usuário tocar no banner que surge na tela, mas não vai fazer muito mais barulho do que uma notificação comum vinda de qualquer aplicativo instalado no celular. Tanto que, se o seu aparelho estiver no silencioso ou no modo “não perturbe”, você só vai saber que recebeu esta notificação quando ativamente verificar suas notificações acumuladas.
Já nos casos em que os tremores são considerados como mais graves, o alerta de terremoto ignora qualquer configuração de notificações do sistema, ativa a tela do celular e ainda emite um som no volume máximo para chamar mesmo a atenção do indivíduo.
Nós aqui da redação do Drops de Jogos não recebemos tal alerta em nossos aparelhos, já que nenhum de nós se encontra exatamente na área afetada entre São Paulo e o Rio de Janeiro. Mas um comentário deixado por uma pessoa leitora deste site, na notícia inicial sobre o causo, sugere que tenha sido este tipo de alerta mais alarmante que o sistema do Google disparou no “terremoto de Taubaté” desta madrugada.
Comentário deixado na notícia do Drops de Jogos com a cobertura inicial do “caso do alerta de terremoto inventado pelo Google”, ou “terremoto de Taubaté”
Até o momento da redação desta notícia, não há uma explicação do Google para este caos. Ninguém sabe ainda se foi um caso de falso positivo na central que citamos mais acima, um bug no sistema de alertas do Android ou até mesmo um improvável ataque hacker. O Google afirmou que ainda está investigando a situação.
De todas as possibilidades levantadas, o ataque hacker parece o menos provável — ao menos com base nas informações que temos até o momento. O motivo é justamente a falta de um motivo para isso. Na maioria das vezes, ataques hacker têm algum objetivo específico, seja ele financeiro, para propagar uma mensagem pública de maneira forçada, para prejudicar alguma big tech fanfarrona… e razões do tipo. Então, a não ser que um moleque metido a Mr. Robot sem causa alguma para defender esteja fazendo uma releitura das pegadinhas do Mallandro em todo mundo, não faz o menor sentido afirmar que essa confusão toda é consequência dos atos de um invasor que só quer ver o circo pegar fogo.
Dez horas após o ocorrido, o Google enfim se veio a público sobre o ocorrido, afirmando que o alerta de terremoto da madrugada foi disparado por conta de um erro de sistema. A empresa garante que está trabalhando para investigar as causas de tal falha e garante que vai solucionar o problema. Por enquanto, a providência para evitar que novos alertas falsos sejam disparados foi desativar o sistema de alertas do Android, ao menos até que tudo esteja esclarecido e devidamente resolvido.
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