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A Microsoft entra de cabeça no mundo da realidade virtual. Por André Fogaça

Realidade aumentada, ou virtual?

Hoje temos três vertentes em realidade virtual. A primeira é a mais básica e depende exclusivamente do smartphone, fomentada pela Samsung com o Gear VR e também pelo Google com o baratíssimo Google Cardboard. Neste ponto o acessório que vai no rosto é apenas um suporte para o celular, como no caso do Cardboard, ou um suporte com alguns comandos, como é o caso do Gear VR – neste último exemplo, há um touchpad na lateral e alguns botões para interação com o conteúdo.

A terceira vertente é recheada de sensores, toda moderna e é exemplificada pelo HTC Vive, feito em parceria com a Valve – aquela mesma empresa que está nos devendo Half-Life 3, mas que fatura uma fortuna com a plataforma Steam. Ele vem com duas telas que não são de qualquer smartphone, mas sim próprias do produto. Utiliza sensores, lasers e uma câmera frontal para ajudar na localização do jogador e na imersão do game, junto de controles sensíveis ao movimento e que completam a experiência. Ele custa expressivamente mais caro do que o Gear VR ou o Cardboard.

No meio termo está a plataforma de VR criada pela Microsoft em sua última keynote. O produto é mais simples e lembra uma mistura de HoloLens e PlayStation VR, mas que pode misturar realidade aumentada (que é o que o HoloLens faz, ao inserir objetos virtuais em uma visão do mundo real) com a realidade virtual que comentei nas duas vertentes anteriores. Ele nasceu de uma parceria entre HP, Lenovo, Asus, Acer, Dell, não tem nome oficial de produto e custa menos da metade do valor que está fixado para o Vive. Assim como o acessório da marca de Taiwan, o da Microsoft também precisará de um computador plugado na outra extremidade e vem com sua própria tela. Pouco foi comentado sobre o que ele faz de fato e se, principalmente, ele será compatível com o Xbox One ou até mesmo consoles que ainda serão lançados.

Uma janela para o futuro, mas ainda limitada

Eu já experimentei o HoloLens e notei que a ideia de ter sua sala completamente recheada de coisas virtuais, não acontece exatamente desta forma. Há um pequeno visor na frente dos olhos e que projeta tudo que você quiser, desde uma janela do Edge e indo até um pequenino cachorro virtual que vai latir o tempo todo. O problema é que esta tela é pequena e o campo visual também, limitando muito a visão. Como exemplo, imagine sua vista sem a visão periférica. É exatamente isso, só que ainda menor.

Como o produto foi criado em parceria com marcas diretamente concorrentes, como a Acer e Asus que disputam ferozmente a ilha de Taiwan, os modelos que serão lançados podem conter variações em alguns aspectos. Porém, aos meus olhos, acredito que será algo semelhante ao que temos no Android Wear, onde os smartwatches são diferentes do lado de fora, com acabamento e funções que podem variar, mas são quase idênticos no software. Apenas como exemplo, já é sabido que a Acer trabalha com a Starbreeze para um produto mais parrudo e com nome de StarVR, a Asus conta com um óculos feito com couro e com um visual mais fino, que foi apresentado com muita cautela lá na Computex deste ano, em Taipei.

Ok, onde tem?

A Alcatel é uma das primeiras empresas que apostam forte neste produto, da Microsoft. A fabricante chinesa apresentou nesta terça-feira que uma variante do Idol 4S será equipado com o Windows 10 Mobile, aparentemente exclusivo da operadora americana T-Mobile e que chegará ao mercado no dia 11 de novembro, com o Windows VR instalado para funcionar no Idol 4S VR Google. 

O Idol 4S era, até então, um smartphone potente e que estaria presente no planeta Terra apenas com Android, mas mesmo de fora da lista de parceiros que comentei acima, estará abraçando a Microsoft e tentando dar um último suspiro para o quase morto Windows Phone. Apenas para detalhes, o hardware será feito de um Snapdragon 820, com 4 GB de memória RAM e 64 GB de memória interna, o que encaixa o aparelho perfeitamente em um rol de celulares mais potentes e caros do mercado.

Ah, neste caso, o smartphone fará o papel do computador e custará, no pacote, US$ 470 – o que dá, aproximadamente e sem adicionar impostos, R$ 1,6 mil.

André Fogaça é jornalista que ama bits e bytes desde a infância, virando gamer com a paixão pelo SNES que ganhou nos anos 90. Teve passagens pelo TechTudo (Globo.com) e TudoCelular, além de trabalhar no Loop Infinito. É nintendista, caixista e sonysta, tudo ao mesmo tempo. Escreve sobre tudo isso desde 2010 e não parou mais.

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