Tecnologia

Enemies to lovers? DeepSeek vai rodar em servidores Microsoft

Como já dizia o poeta: “entre tapas e beijos é ódio; é desejo. É sonho; é ternura.” Nem 24h depois de afirmar ter provas de que a startup chinesa DeepSeek cometeu crime de quebra de propriedade intelectual, a Microsoft confirmou que irá hospedar o modelo de inteligência artificial DeepSeek R1 nos servidores em nuvem da Azure.

Em um release divulgado para a imprensa nesta quinta (30) Asha Sharma, vice-presidente da Microsoft, afirmou que o DeepSeek R1 oferece um modelo de IA poderoso e eficiente, que oferece aos usuários o melhor da tecnologia com um investimento em infraestrutura mínimo.

Ainda que a Azure não tenho oferecido um comparativo próprio entre as duas IAs dentro do sistema, é possível fazer o comparativo pelos valores divulgados por cada empresa. Enquanto o Chat GPT custo US$60 a cada um milhão de consultas para a OpenAI, o DeepSeek R1 custa apenas US$2,19 por um milhão de consultas.

Microsoft está legitimando a DeepSeek

Ainda que esta notícia não seja exatamente uma surpresa, ela soa um pouco estranha para quem acompanha o noticiário de tecnologia. Ela não é uma surpresa porque o Azure é um dos principais servidores em nuvem do mundo, contratado por diversas empresas – inclusive por programas que competem diretamente com soluções da própria Microsoft. Mas a decisão soa estranha porque, até ontem, a Microsoft aparecia como uma das principais adversárias pelo sucesso prolongado da DeepSeek.

Isto porque foi da Microsoft que surgiram as primeiras suspeitas de que a DeepSeek havia roubado dados de treinamento do Chat GPT para desenvolver a IA que dominou as manchetes de tecnologia nesta semana. Então, ainda que “sejam só negócios”, a velocidade com que a empresa saiu de uma posição para outra não deixa de ser surpreendente.

E essa decisão acaba ajudando a empresa chinesa para além de fornecer novos servidores para a inteligência artificial dela. A confirmação da chegada do DeepSeek R1 nos servidores da Azure ajuda a quebrar um pouco as narrativas de que esta foi uma IA desenvolvida com dados roubados (o que, vamos ser francos, é a história de literalmente todas as IAs desenvolvidas até hoje) e a conferir maior legitimidade para a startup chinesa.

Afinal, se a Microsoft aceitou ela de boa, não estamos falando de um ferramenta comunista para a dominar o mundo e comer as suas crianças no café da manhã. Estamos falando aqui apenas do bom e velho livre mercado mesmo.

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Rafael Silva

Rafael Silva é jornalista formado desde 2017. Cresceu lendo revistinhas de videogame, entrou numa "nóia" quando percebeu que o “jornagames” ainda era feito para adolescentes que só tinham interesse de discutir qual console era melhor, e agora está numa missão de vingança para resolver isso com as próprias mãos.

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