Tecnologia

“Loucura neonazista”: advogado explica por que largou a Meta

Há algumas semanas Mark Lemley, advogado especialista em questões de propriedade intelectual e direitos autorais, anunciou que estava deixando a defesa da Meta no caso “Kadrey vs Meta”. Em publicações nas redes sociais, ele deixou bem claro o motivo: o que ele chama de “virada para a masculinidade tóxica e o neo nazismo” que a empresa teve nas últimas semanas. E o foco principal da crítica está na figura do fundador e CEO da empresa, Mark Zuckerberg.

Em entrevista exclusiva para o site Wired, Lemley explicou o que o levou a tomar essa decisão. Um dos fatores é o fato dele não apenas estar preocupado com os rumos dos EUA, mas o fato de algumas big techs se posicionar de forma mais extremista.

Ele cita também algumas das mudanças que a Meta fez em suas práticas, como o fim das políticas de DEI (contratação de pessoas de etnias diversas) e a permissão de de relacionar doenças mentais a questões de gênero. Após essas mudanças, Lemley não se sentia mais confortável em ter a imagem associada com a empresa de Zuckerberg.

O advogado ainda aponta um padrão de radicalização. Ele compara com Elon Musk nos últimos anos, que passou de “Tony Stark da vida real” na opinião pública para alguém que se tornou um ícone da extrema-direita. Lemley também aponta que Mark Zuckerberg é livre pra fazer o que quiser, mas que ele, como advogado, também não é obrigado a ter sua imagem associada a uma empresa que está se aproximando de movimentos fascistas.

Outro motivo é saber que não são todas as pessoas que possuem uma vida financeira estruturada para não precisar do dinheiro dessas empresas. Por isso, ele sentiu que era ainda mais importante alguém como ele mostrar publicamente que é possível recusar fazer parte dessa onda.

O futuro de Kadrey vs Meta

Quando anunciou que estava largando o caso “Kadrey vs Meta”, muitas pessoas apontaram que Lemley estava fazendo isso porque sabia que iria perder. Mas ele continua acreditando que este é um processo que a empresa irá vencer sem grandes problemas.

Para quem não sabe, o processo foi movido contra a Meta por um grupo de escritores que defendem que a empresa violou leis de direitos autorais ao utilizar, sem autorização, textos publicados por eles para treinar ferramentas de IA generativa.

Segundo o advogado, o processo atual tem tudo para terminar em vitória para a empresa de Zuckerberg. E o principal motivo é a dificuldade de se provar que houve realmente um roubo de propriedade intelectual durante um treinamento de IA. Ele cita como exemplo o Mickey Mouse: mesmo uma IA treinada sem um único conteúdo da Disney pode acabar gerando um resultado que se assemelhe ao Mickey, porque a figura do rato é quase que onipresente em nossa cultura. Isso permite que nome e descrições dele sejam citados em textos, imagens e vídeos que nada tem a ver com a Disney. Este fato permitiria uma IA reconhecer o personagem sem, necessariamente, ter sido treinada com imagens e conteúdos oficiais.

Por isso, ele defende que a questão mais importante para essas empresas não está na legalidade dos conteúdos usados para treinar IAs generativas, mas o que as empresas fazem quando o resultado gerado pela IA é muito similar a um uma obra específica.

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Rafael Silva

Rafael Silva é jornalista formado desde 2017. Cresceu lendo revistinhas de videogame, entrou numa "nóia" quando percebeu que o “jornagames” ainda era feito para adolescentes que só tinham interesse de discutir qual console era melhor, e agora está numa missão de vingança para resolver isso com as próprias mãos.

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