Microsoft demite funcionárias por protesto pró-Palestina

De acordo com informações divulgadas pelo movimento No Azure for Apartheid, as duas funcionárias que protestaram contra o uso da tecnologia IA da Microsoft contra alvos na Palestina foram demitidas nesta segunda-feira (07).

De acordo com o grupo, Ibtihal Aboussad foi convidada para uma reunião com o RH na sede da Microsoft em Toronto, onde foi informada que ela estava demitida com efeito imediato. Na carta de demissão, ela foi acusada de ter planejado atrapalhar um evento muito antecipado e importante da empresa apenas para ganhar fama.

Já a outra funcionária que também protestou no evento, Vaniya Agrawal, já havia pedido demissão antes do protesto e estava cumprindo aviso prévio até o dia 11/04. Mas, na segunda-feira, recebeu um e-mail avisando que ela também estava sendo desligada com efeito imediato e não precisaria cumprir os últimos 5 dias de aviso prévio.

Não se sabe ainda se elas irão entrar na justiça contra a decisão, pois como Aboussad deixou claro na carta que enviou para diversas listas de funcionários da Microsoft, a empresa possui uma política interna que impede que funcionários sejam demitidos por questões que envolvem avisos sobre violações dos direitos humanos pela companhia.

Entenda o caso dos protestos pró-Palestina na festa da Microsoft

Os protestos que levaram à demissão das duas funcionárias aconteceram na sexta-feira passada (04/04), durante as celebrações dos 50 anos da Microsoft.

Durante a fala de Mustafa Suleyman, CEO da divisão de inteligência artificial da Microsoft, Aboussad invadiu o palco para gritar que, enquanto eles falam que desenvolvem IA para o bem do mundo, a tecnologia da empresa está sendo usada para auxiliar no genocídio da Palestina. Ela finalizou jogando no palco uma keffiyeh, peça de roupa que se tornou um símbolo de suporte ao povo palestino.

Já Vaniya Agrawal interrompeu uma segunda parte do evento, ecoando a mesma mensagem que Aboussad havia não apenas gritado no palco, mas enviado em um extenso e-mail para os funcionários da empresa, no qual explicava o porquê fez o que fez.

Esta não é a primeira vez que ocorrem protestos dentro da Microsoft por causa do uso da IA da empresa pelo exército de Israel. E esses protestos escalaram após uma reportagem da Associated Press revelar que IAs dela e da OpenAI são usadas para encontrar e definir alvos de bombardeios na Palestina.

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