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Qual é a melhor configuração básica para um PC focado no desenvolvimento de games?

No Brasil, cada vez mais o desenvolvimento de jogos se transforma em uma carreira mais viável. De acordo com o Segundo Censo de Games realizado pela entidade Homo Ludens e divulgado pelo Ministério da Cultura, o número de estúdios que se dedicam ao entretenimento eletrônico subiu 164%.

Foram de 142 empresas catalogadas para 375. E há mais iniciativas neste setor que ainda não foram captadas por pesquisas públicas.

71,2% das empresas brasileiras de videogames faturam até R$ 81 mil por ano e apenas 0,3% têm receitas acima de R$ 100 milhões ao ano. Ou seja, boa parte dos empreendedores do setor são freelancers ou integrantes de microempresas com cerca de 10 funcionários.

É um setor em franca expansão, especialmente depois de 2009, quando as ferramentas de desenvolvimento de jogos se tornaram mais democráticas e acessíveis. A área cresce em número de profissionais e entusiastas mesmo com a maior recessão econômica no Brasil no periódo pós-regime militar.

Focando neste público que desenvolve games e contribui para o avanço do empreendedorismo e da tecnologia no país, o Drops de Jogos decidiu fazer um pequeno guia para que o dev compre o melhor computador para criar seu jogo. 

Alfredo Heiss, especialista em hardware da AMD, fala um pouco sobre a marca, ressaltando seu custo-benefício para devs: "Os processadores são conhecidos pelo valor que entregam, sejam pelos melhores gráficos integrados disponíveis em um processador Ryzen com gráficos Radeon Vega ou pelo preço incrível por valor de núcleo dos processadores AMD Ryzen Threadripper”. 

O especialista complementa: “Independentemente das suas necessidades, a AMD oferece produtos que proporcionam um valor incrível com conjuntos de recursos avançados, tecnologias de segurança e desempenho por dólar". 

Este guia é focado tanto para desenvolvedores de títulos casuais quanto para quem deseja renderizar e criar um projeto mais complexo.

A importância dos motores gráficos e kits de desenvolvimento

Décadas atrás, kits de desenvolvimento custavam algumas centenas de dólares e eram mais inacessíveis aos devs brasileiros. Com o advento do Steam e o surgimento de mais estúdios independentes, os preços caíram e as ferramentas se tornaram mais acessíveis.

Para entender qual máquina é mais adequada, vamos aprofundar o que são essas engines.

Unity

Lançado em 2005, Unity tem 13 anos e é uma das engines mais acessíveis pro desenvolvedor brasileiro. É focada para games 2D e 3D e atende a uma diversidade gigantesca de plataformas. Até 2016, a plataforma apostava em venda de sistemas pagos.

Hoje ela possui um modelo gratuito para jogos com até US$ 100 mil de receita. Acima disso, ela cobra mensalidade que vão de US$ 35 até US$ 125.

27 plataformas estão incluídas no Unity: iOS, Android, Tizen, Windows (Vista or newer[11]), Universal Windows Platform, macOS, Linux, WebGL, PlayStation 4, PlayStation Vita, Xbox One, Wii U, 3DS, Oculus Rift, Google Cardboard, SteamVR, PlayStation VR, Gear VR, Windows Mixed Reality, Daydream, Android TV, Samsung Smart TV, tvOS, Nintendo Switch, Fire OS, Facebook Gameroom, Apple's ARKit, Google's ARCore, and Vuforia.

A empresa responsável pela engine também pretende dar as ferramentas para devs com o novo Google Stadia, videogame por streaming.

Para um computador focado no desenvolvimento, o sistema operacional necessário é Windows 7 SP1 +, 8 ou 10 somente versões de 64 bits. Também é compatível com macOS 10.11+. Também é necessário um processador com suporte para o conjunto de instruções SSE2, com conjunto com uma placa gráfica com recursos DX10 shader model 4.0.

No caso dos devs, para jogos iOS é necessário um computador Mac com pelo menos o MacOS 10.12.6 e o Xcode 9.0 ou superior. No caso de Android, é necessário um  Android SDK e Java Development Kit (JDK) e o scripting backend IL2CPP necessita do NDK de Android. Enquanto isso, a Plataforma Universal do Windows é Windows 10 (64 bits), Visual Studio 2015 com componente C++ Tools ou posterior e SDK para Windows 10.

As mesmas configurações são necessárias para quem quer rodar games criados através do Unity. Se você baixar games no smartphone, essa preocupação não é necessária (uma vez que a loja de apps permitirá o download de um título compatível com a capacidade do seu celular).

O preço de um computador ou notebook pra desenvolvimento em Unity é bastante maleável justamente pela amplitude de sistemas que ele atende. Pode ir de R$ 1 mil até R$ 5 mil dependendo da capacidade de processamento para renderizar gráficos e tudo o que for montado.

Unreal

Existe desde 1998, no auge dos jogos de tiro em primeira pessoal, e a Unreal Engine fez história e ganhou uma versão gratuita em 2009, além de ganhar suporte mobile para iOS e Android em 2010. 

Ela funciona criando jogos para os sistemas Microsoft Windows, macOS, Linux, SteamOS, HTML5, iOS, Android, Nintendo Switch, PlayStation 4, Xbox One, Magic Leap One, HTC Vive, Oculus Rift, PlayStation VR, Google Daydream, OSVR e Samsung Gear VR.

Em 2014, a Unreal liberou um plano de assinaturas acessível por US$ 19, incluindo o código fonte C++. No entanto, um ano depois, o download passou a ser gratuito para este motor gráfico.

Os requisitos mínimos para rodar a Unreal Engine 4 é o sistema operacional Windows 7 ou 8 de 64 bits, acompanhado por um processador Quad-core AMD de 2.5 GHz ou superior. A engine também exige placa de vídeo compatível com DirectX 11 e memória 8 GB de RAM.

Os requisitos recomendados pela Epic para começar a desenvolver jogos com a Unreal Engine 4 é sistema operacional Windows 7 64 bits ou Mac OS X 10.9.2, incluindo versões mais atuais. O motor também exige processador quad-core AMD de 2.5 GHz ou superior. Também é pedida uma placa de vídeo NVIDIA GeForce 470 GTX ou AMD Radeon 6870 HD series card.

Computadores e notes para desenvolvimento em Unreal partem de R$ 1,5 mil, levando em conta as configurações recomendadas do sistema.

CryEngine

Engine utilizada em games como FarCry, ela foi criada em 2002 com o nome Crytek Engine. Ela foi licenciada pela Amazon e a marca lançou em 2016 a Amazon Lumberyard com a mesma arquitetura dela.

Ela atende uma variedade de plataformas, como Microsoft Windows, Linux, PlayStation 3, PlayStation 4, Wii U, Xbox 360 e Xbox One. A versão V possui um modelo de assinatura “pague o que você puder”.

Os requisitos mínimos para rodá-la é sistema operacional Windows Vista SP1, Windows 7 ou Windows 8.1 (64 bits), acompanhado por processador AMD Dual-Core de 2GHz. Também é necessária a memória de 4 GB de RAM e placa gráfica NVIDIA GeForce 400 series ou AMD Radeon HD 6000 series com DirectX Versão 11. Espaço no disco rígido mínimo necessário é de 8 GB.

As configurações recomendadas são sistema Windows 7 ou Windows 8.1 (64 bits) com processador AMD Octo-Core (FX 8150). Também é necessária uma memória de 8 GB de RAM com placa gráfica NVIDIA GeForce 660Ti, AMD Radeon HD 7950 ou superior. Pede-se também  DirectX Versão 11. Espaço no disco rígido necessário é de 8 GB.

Você vai gastar cerca de R$ 2 mil com um notebook com processador AMD Octo-Core para conseguir criar jogos nessa engine.

Construct

Se você ainda é um iniciante ou apenas estuda jogos e ainda não se considera um desenvolvedor, Construct é uma plataforma acessível. Criada em 2011, ela permite o desenvolvimento de títulos em 2D e HTML 5. Pertence à Scirra e funciona nos sistemas operacionais da Microsoft.

Em 2014, a plataforma ganhou suporte para Nintendo Wii U e, dois anos depois, surgiu uma versão em beta para exportar games diretamente para o Xbox One. Construct 3 tem planos de assinaturas a partir de R$ 29,41.

Construct 3 roda em máquinas com os sistemas Windows, Macs, Linux, Chromebook, Android, iOS e dispositivos móveis. O foco dele é justamente fazer games 2D acessíveis, então o custo do investimento part de R$ 1 mil, num smartphone para usuário intermediário, e não exige muito no processamento.

Máquinas recomendadas para quem quer ser dev

AMD tem algumas sugestões de computadores para diferentes desenvolvedores de games, dependendo do conhecimento dele. Para iniciantes, uma máquina com um processador entre o Ryzen 3 2200G e o Ryzen 5 2400G, sem placa de vídeo e uma VEGA integrada permite começar seus estudos em 3D com um custo mais em conta, em cerca de R$ 2 mil. A configuração para intermediários já pede um chip Ryzen 5 2600 mais a placa RX570. Essa configuração é para uma excelente máquina com vários núcleos para desenvolvimento e boa performance 3D.

Desenvolvedores nível avançado precisam de um PC com processador entre Ryzen 7 e ThreadRipper e uma placa gráfica RADEON VII de muitos núcleos e threads para compilar o código fonte no menor tempo possível. A Radeon VII é a única GPU no mercado gamer com diferenciais para desenvolvedores como 16GB de memória HBM2, que são extremamente úteis neste contexto.

O que podemos concluir?

Desenvolvedores de jogos, de programadores até designers, precisam de um computador com processamento razoável, com diferentes núcleos que são encontrados nos produtos da AMD, para montarem seus projetos. Os custos giram entre R$ 1 mil e R$ 5 mil para games feitos por pequenas empresas.

“Os custos variam porque há muitos componentes em um sistema que determinam o custo, e os preços para componentes diferem pelo varejista, pelas promoções, pela região, entre outros fatores”, pontua Heiss.

Máquinas com maior capacidade de processamento são necessárias para projetos mais específicos, mas é bom consultar as configurações mínimas e as recomendáveis de cada motor gráfico.

A partir de parâmetros adequados, você consegue ter a ferramenta ideal para entrar num mercado em franca expansão.

Meio século de atividade

2019 é um ano especial para a AMD. "Este ano marca o 50 º aniversário da AMD. Desde 1969, a AMD vem impulsionando a inovação, empurrando os limites do que é possível e construindo ótimos produtos. Criamos um cronograma da liderança que a AMD entregou nos últimos 50 anos. A parte mais excitante é que acabamos de começar", afirma Heiss ao Drops de Jogos.

Saiba mais sobre a popular marca de processadores aqui.

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Pedro Zambarda

É jornalista, escritor e comunicador. Formado em Jornalismo pela Faculdade Cásper Líbero e em Filosofia pela FFLCH-USP. É editor-chefe do Drops de Jogos e editor do projeto Geração Gamer. Escreve sobre games, tecnologia, política, negócios, economia e sociedade. Email: dropsdejogos@gmail.com ou pedrozambarda@gmail.com.

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