A coluna Radar Econômico de Pedro Gil e Fernando Erlich na Veja Negócios diz que, defensor de uma maior responsabilização das redes sociais por práticas permissivas frente à desinformação, Jimmy Wales, fundador da Wikipédia, criticou o proprietário do X (ex-Twitter), Elon Musk, pelo rumo que a rede social tem tomado com a nova gestão.
“Alegações e contra-alegações rápidas, e Elon Musk removeu todos os recursos básicos que tornavam possível, mesmo remotamente, diferenciar jornalistas reais dos falsos”, disse Wales em post no X/Twitter.
Em resposta, Musk pediu que o empresário “consertasse a wokipedia”, associando a Wikipédia à chamada ideologia “woke”, presente em parte da esquerda americana.
Em entrevista ao Radar Econômico, Wales criticou a mudança implementada por Musk nos selos de verificação de perfis — que antes eram concedidos a personalidades notáveis que passavam por um processo de autenticação e hoje podem ser comprados por qualquer um. “Ele não deveria ter removido recursos que facilitavam a confirmação de afiliações institucionais de jornalistas e outras autoridades, como professores universitários”, disse.
A rede social se limitou a enviar uma mensagem automática como resposta. “Ocupado agora, volte mais tarde”, diz o e-mail. Vale lembrar que, em março, Musk realizou uma postagem no X comunicando que, a partir daquele momento, e-mails enviados à assessoria de comunicação da rede social seriam respondidos automaticamente com um emoji de fezes.
Em consonância com as críticas de Wales, em janeiro, o Radar Econômico noticiou que Musk havia acabado com a área de comunicação do então Twitter no Brasil.
Numa entrevista a Revista Veja no começo de 2020, Wales citou a Tesla — empresa de Musk — para provar seu ponto em relação à renúncia às receitas oriundas de anúncios na Wikipédia. “Esse modelo não se traduz em qualidade. Embora não haja conteúdo grátis, imagine se houvesse, na página da Tesla na Wikipedia, um anúncio dela. Perderíamos credibilidade”, disse ele na ocasião.