Opinião - A BGS está deixando de valorizar sua Área Indie? - Drops de Jogos

Opinião – A BGS está deixando de valorizar sua Área Indie?

Estreia da Área Indie na BGS. Foto: Reprodução/Globo

Por Pedro Zambarda, editor-chefe do Drops de Jogos.

A Brasil Game Show divulgou nesta quarta, 18 de setembro, que a maior feira de jogos no país terá uma Área Indie com premiação de R$ 10 mil para o melhor título independente. O setor existe na BGS pelo menos desde 2014.

A criação do setor foi passada em primeira mão para mim naquele ano, quando mantinha a coluna Geração Gamer no site TechTudo da Globo. O organizador da BGS, Marcelo Tavares, conversou comigo sobre o assunto. Foram 14 estúdios confirmados naquele ano.

O auge foi 2016, que teve 34 estandes no evento e uma grande união dos envolvidos.

A divulgação em 2014 foi em junho. A divulgação em 2016 foi em maio.

A divulgação da mesma área em 2019 está acontecendo em setembro com cerca de 20 empresas confirmadas: 12 Studios, Ancestral Robot, Behold Studios, Betagames Group, Biotec – Gamer Studios, BloodyMoon, Brother Hood, Dead Inside Studio, Diverte Games, Double Hit Games, Estúdio Dark Phoenyx, Inn Hell, JF Games | R8 Games, Myridian Entertainment, Oktagon Games, Os Reinos de Avalae Birdy Studio, Our Life on Mars INXF, Pink Array/Grashers, Sebrae RN/ Pong – Potiguar Indie Games, Seize Studios, SOFTWARE WA, Studica Solution, The Game | Culture App, The Light of the Darkness Quarto Mundo, The Path of Calydra Acquaclass, Toy Box Lab, United Games, Vortex Games, Yang Studios.

O que aconteceu?

Talvez um dos segredos esteja no custo do metro quadrado do estande para o desenvolvedor independente, que tem pouca verba para pagar por um espaço num evento de grande porte. Em 2016, quatro metros quadrados pro expositor indie saía por cerca de R$ 3 mil. O evento também teve problemas com a alocação dos espaços, colocando os desenvolvedores brasileiros muitas vezes atrás de grandes marcas que já sustentam o evento – atrapalhando um espaço que poderia ser interessante pra apresentar produtos nacionais que são mais baratos.

A BGS trouxe algumas oportunidades, pontuais, mas que foram acertadas entre as companhias que sustentam o evento: Sony e Microsoft, por exemplo, cederam partes dos seus movimentados estandes para exibir os games brasileiros.

Mas ficou nisso.

A Brasil Game Show tem uma estimativa de 325 mil visitantes em suas edições anuais.

É a terceira maior feira de jogos eletrônicos do mundo em público. Atrás somente de Gamescom e ChinaJoy.

O melhor evento para indies brasileiros ainda é o BIG Festival, mesmo com problemas de organização que enfrentou na edição de 2018. No entanto, a BGS perde a oportunidade de oferecer algum diferencial.

Ou trabalhar fora de apostas seguras. Com jogos extremamente caros no Brasil, ela ainda pega o público que não tem acesso financeiro aos grandes títulos e bota a galera pra jogar.

Mas falta fazer essas mesmas pessoas conhecerem os games brasileiros.

Considerando essas informações, lembrando de dados e informações da organização  em cinco edições seguidas, podemos pelo menos questionar se a BGS não está errando ao deixar os indies de fora, se não está errando ao não dar a devida atenção.

O que aconteceu?

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.

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Cristiano Camacho

No ano de 2020 pedi um orçamento para um stand na area indie a BGS2021, com o preço simbolico me passado foi de R$6.969! Sinceramente agora sei pq tinha tantos vazios nas ultimas edições.