A Agência Nacional do Cinema, Ancine, acaba de anunciar a paralização de todas as análises do plano de gestão anual 2020.
A decisão foi tomada após a constatação do desfalque em seus quadros, com apenas um dos quatro diretores da agência ainda na ativa.
Em despacho de 30 de dezembro, segundo reportagem da revista Época, a agência determinou que suas atribuições permanecerão suspensas “até que seja possível qualquer das formas de deliberação coletiva previstas no regimento interno da Ancine”.
Após a saída de Christian de Castro, Mariana Ribas e Debora Ivanov, resultado de uma série de desentendimentos internos, apenas Alex Braga Muniz permanece na diretoria da agência, que tem sido alvo de muitas críticas do governo atual.
A Ancine teve importante papel no fomento ao desenvolvimento de games no Brasil. No final de 2018, ainda na vigência do governo de Michel Temer, a agência disponibilizou R$ 35 milhões para a produção e comercialização de jogos eletrônicos e projetos de Realidade Virtual e Realidade Aumentada, através do FSA, Fundo Setorial do Audiovisual.
“É essencial investir neste promissor mercado, valorizando inclusive a diversidade de produção criativa brasileira, o que estamos fazendo ao promover cotas regionais nos editais”, afirmou, à época, o então ministro da Cultura, Sérgio Sá Leitão, enfatizando o a importante papel deste mercado na geração de empregos para os jovens.
Com a paralisação das atividades, é inevitável que as produtoras nacionais de cinema, vídeo e animação sofrerão novo impacto, com novas perdas e potenciais encerramentos em suas atividades.
Para o setor de jogos digitais, o panorama deve ser ainda mais preocupante, sem a oportunidade de disputar novos editais este ano.