CEO da Roblox afirma que pais desconfortáveis devem tirar filhos do jogo - Drops de Jogos

CEO da Roblox afirma que pais desconfortáveis devem tirar filhos do jogo

Declaração acontece meses depois de relatório que aponta o jogo como um paraíso para pedófilos

Roblox. Foto: Divulgação

Roblox. Foto: Divulgação

Se os pais estão preocupados com a segurança de seus filhos não devem deixá-los jogar Roblox. Essa declaração se torna ainda mais forte quando descobrimos que ela veio de Dave Baszucki, CEO da Roblox Corporation.

Em entrevista para a BBC News, Baszucki afirmou que acredita serem os pais as únicas pessoas que devem tomar decisões sobre o que seus filhos consomem ou não. E, se eles não se sentem confortáveis com o que essas crianças podem se deparar no ambiente de Roblox, o melhor a fazer é não deixá-las jogar o game.

Esta declaração vai na contramão do que se espera que o CEO fale sobre o principal produto da sua empresa. E ela se torna ainda mais polêmica quando lembramos que, no ano passado, um relatório apontou que Roblox era uma espécie de paraíso para pedófilos.

A questão da segurança infantil em Roblox

Em agosto de 2024, um relatório feito pela Hindenberg Research cujo objetivo principal era provar que a gestão da Roblox Corporation inflacionava os números do jogo para investidores mostrou uma realidade ainda mais chocante: a de que o game era uma espécie de “paraíso” para pedófilos.

Este relatório mostrava exemplos de jogos envolvendo o nome de famosos condenados por pedofilia e tráfico sexual de crianças, como Jeffery Epstein e o rapper P Diddy. Além disso, também cita casos onde os agentes do grupo de pesquisa presenciaram salas onde imagens de abuso sexual de crianças eram trocadas livremente.

Desde então, diversas mudanças foram feitas no jogo para tentar melhorar a segurança dos jogadores. Uma delas foi a implementação de ferramentas de controle parental básicas, que permitem que os pais definam quanto tempo a criança pode ficar no jogo, monitore de forma remota o que ela está jogando e veja a lista de amigos desta criança.

Além disso, crianças com menos de 13 anos estão proibidas de participar de alguns jogos sociais devido a possíveis riscos envolvendo o comportamento de outros usuários.

Na entrevista, Baszucki reforça que a companhia não tem medido esforças para garantir a segurança dos jogadores. Desde 2013 ela reportou para as autoridades competentes mais de 13 mil casos de abuso infantil ocorrendo no game apenas nos EUA.

Apesar disso, os jornalistas da BBC conseguiram mostrar como a empresa ainda falha na moderação simples de conteúdo. Ao criar ali na hora uma nova conta para o Roblox e configurá-la para ser usada por uma criança de 11 anos, eles mostraram para Baszucki diversos jogos problemáticos que era sugeridos a essa criança pelo algoritmo do jogo.

Entre as sugestões estavam jogos como nomes como “Clube Noturno para Garotos e Garotas”, “Squid Game” (que simulava a série Round 6 da Netflix) e um simulador de forças militares especiais. Baszucki defendeu o game, alegando que a moderação não se dá apenas pelo nome do jogo, mas pelo conteúdo da experiência.

Mesmo assim, fica difícil imaginar um tipo de conteúdo existente em algo chamado “Clube Noturno para Garotos e Garotas” que seja adequado a uma criança de 11 anos.

Atualização: Alteramos o título em 20 de março para contextualizar melhor a fala do CEO.

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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.

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