Muitas pessoas da minha geração tem lembranças da infância e da adolescência enquanto ouvíamos os adultos – tipicamente nossos avós – dizendo que “jogar muito estraga a TV” ou que “ficar na frente do videogame é uma perda de tempo”. De alguma maneira se acredita que jogar era um mal geracional.
Felizmente para nós que adoramos esse meio, o passar dos anos fez com que cada vez menos as pessoas questionassem a “utilidade” dos games. Hoje já se fala muito nos benefícios que podem ser alcançados pelas tecnologias desenvolvidas para jogos ou com os próprios videogames em si.
O meio não somente evoluiu, mas também está cada vez mais acessível. Este curso que noticio é um exemplo, outro é a popularização dos jogos através de celulares, computadores, smart TVs e tablets. O que acontece é que a acessibilidade amplia o público. Se antigamente os jogos eram focados apenas em crianças – principalmente meninos –, atualmente eles são direcionados à diversas outras parcelas da população: Mulheres, homens, adultos, crianças, esportistas, educadores, estudantes… E por que não, idosos?
Para suprir a vontade de seu filho de aprender sobre games, Fabio Ota fundou uma escola de games para crianças e adolescentes. E em seguida, ele foi além, decidindo criar também um projeto de aulas de desenvolvimento para adultos com mais de 50 anos.
Sua iniciativa foi tão bem recebida que, depois da primeira turma, ele conseguiu o apoio da Fapesp para desenvolver, juntamente com outros profissionais – esses da área da saúde –, uma pesquisa sobre a melhoria da capacidade cognitiva desses idosos e idosas.
Isso pode vir a servir como uma ferramenta de combate ao Alzheimer.
Apesar dos benefícios físicos e biológicos dessa atividade ainda estarem em fase de investigação, a consequência psicológica é muito fácil de ser imaginada e ela é comprovada com as histórias contadas por Fabio.
Os idosos e idosas são motivados e as vezes viajam um bom tempo de transporte público para chegarem nas aulas, inclusive aqueles que fazem parte do “grupo controle” e que estão ali apenas para aprender a jogar, e não para criar.
O que isso quer dizer? Que existe algo mágico em poder ajudar essas pessoas a sentir que elas pertencem a um mundo que atualmente é tão diferente do mundo no qual elas cresceram – onde a tecnologia não era tão acessível nem tão evoluída.
Esses senhores e senhoras, de distintas classes sociais e com variadas experiências de vida, percebem que são capazes de aprender algo novo e no fim do curso sentem o orgulho e a alegria de poder mostrar para a família o jogo de celular que eles mesmos produziram.
Para acompanhar a Mayara, que ver o novo Instagram do Drops de Jogos?
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