Se você sempre se perguntou qual era a capital mais gamer do Brasil, nós finalmente temos a resposta: Porto Alegre e Curitiba. E quem afirma isso não somos nós, mas a pesquisa Cultura nas Capitais.
A pesquisa entrevistou 19500 pessoas das 27 capitais brasileiras, abarcando todos os gêneros, raças e classes sociais. O objetivo é traçar um panorama do consumo de mídia pelos moradores dessas capitais, e descobrir qual é o perfil de quem consome produtos e eventos culturais pelo Brasil.
Aqui eu vou me debruçar sobre os resultados referentes ao consumo de games no Brasil, mas a pesquisa mostra dados bem interessantes também sobre diversas outras atividades culturais.
Cultura nas Capitais: a região sul é dos gamers
Quando falamos de videogames, as cidades de Porto Alegre e Curitiba dividem o posto de “capital mais gamer”. A pesquisa aponta que 57% dos entrevistados nestas capitais afirmaram ter jogado algum jogo de videogame nos últimos 12 meses. Isto coloca ambas um tanto acima da média nacional (51%).
Aliás, os jogos de videogame são um dos produtos culturais mais acessados pelos brasileiros. Na grande maioria dos estados, os videogames aparecem como o segundo cultural mais consumido, atrás apenas dos livros (que é o mais consumido pelos entrevistados em todas as capitais). As únicas exceções são em Belém, Boa Vista, Brasília, Campo Grande, Cuiabá, Florianópolis, Rio de Janeiro e São Luís, onde os games são o terceiro produto cultural mais consumido, perdendo também para o cinema.
Em relação à média nacional, apenas as regiões Sul e Sudeste possuem todas as capitais com um consumo de videogame que é igual ou maior à média nacional. Este resultado faz todo o sentido, já que estamos falando aqui das duas regiões mais ricas do país, e o consumo de videogames está entre as opções culturais mais caras.
Entre as capitais dessas regiões, surpreende a posição de São Paulo: com 55% dos entrevistados afirmando consumir videogames, ela é a capital com menor porcentagem de todo o Sudeste. A cidade fica até mesmo atrás do Rio de Janeiro (56%), onde o videogame é apenas a terceira opção de cultura mais consumida. Entre todas as capitais de Sul e Sudeste, São Paulo fica a frente apenas de Florianópolis, que pontua na média nacional (51%).
Quanto a capital “menos gamer” do Brasil, este posto fica com Campo Grande (MS). Lá apenas 34% dos entrevistados afirmaram ter consumido jogos eletrônicos nos últimos 12 meses.
Cultura nas Capitais: Liderança masculina no consumo de games
A pesquisa Cultura nas Capitais também aponta que o consumo de videogames ainda é algo majoritariamente masculina, mas a margem entre gêneros é baixa. 54% dos homens que responderam à pesquisa afirmar jogar videogames, enquanto entre as mulheres este número é de 49%. Apesar disso, consumo de videogames e visita a locais históricos são as únicas categorias culturais que os homens consomem mais que as mulheres. Em todas as outras há ou empate técnico ou um maior consumo feminino.

Público masculino é o que mais consome jogos eletrônicos (Imagem: Divulgação/Cultura nas Capitais)
Mas apesar dos homens consumirem mais videogames do que as mulheres no geral, essa estatística muda quando consideramos as diferentes faixas etárias. Entre as pessoas de 16 a 44 anos, a liderança no consumo é masculina. Mas, entre pessoas com mais de 44 anos, são as mulheres que jogam mais videogame do que os homens. Isso quer dizer que a Ana Maria Braga é o perfil dominante da mulher gamer brasileira.

Homens dominam os games entre os jovens, mas perdem a liderança entre a crise de meia-idade e a menopausa(Imagem: Divulgação/Cultura nas Capitais)
Outro fato curioso mostrado pela pesquisa é a relação entre pessoas com filhos e sem filhos. Enquanto o consumo de jogos eletrônicos pelos homens cai drasticamente entre aqueles com filhos de até 12 anos, o das mulheres aumenta ligeiramente quando comparada com as que não possuem filhos. A pesquisa não explica o motivo para isso, mas uma explicação talvez seja o fato de culturalmente ainda serem as mulheres as principais cuidadoras da criança em uma relação, e os jogos eletrônicos serem um das poucas formas de lazer que ela pode consumir sem precisar sair de casa.

Incrivelmente, o consumo de videogames aumenta ligeiramente entre mulheres com filhos (Imagem: Divulgação/Cultura nas Capitais)
Cultura nas Capitais: videogame é coisa de homem preto e asiático
A hora que vamos ver o recorte por etnia, uma outra surpresa: ao contrário do que poderíamos imaginar, não são os brancos que dominam o consumo da mídia. De forma geral, brancos e pretos estão empatados, com 53% dos respondentes afirmando que consomem jogos eletrônicos. Mas quem domina mesmo o espaço são os asiáticos (“amarelos” nos gráficos da pesquisa Cultura nas Capitais), onde 59% dos respondentes afirmaram consumir videogames.

Consumo de games é maior entre pessoas de etnia asiática (Imagem: Divulgação/Cultura nas Capitais)
E quando fazemos a divisão por gênero e etnia, a coisa fica ainda mais surpreendente: as pessoas brancas só lideram o consumo de videogames entre as mulheres. Entre os homens, os asiáticos (71%) e pretos (58%) ocupam a liderança, com os homens brancos aparecendo em apenas terceiro lugar, com 53%. Isto quer dizer que, o perfil do homem que mais consome videogame nas capitais brasileiras é uma minoria. Para a surpresa de ninguém, as etnias indígenas são as que menos tem acesso a jogos eletrônicos em qualquer recorte.

Pretos e asiáticos são muito mais gamers do que os homens brancos (Imagem: Divulgação/Cultura nas Capitais)
Você pode acessar a pesquisa completa no site da Cultura nas Capitais.
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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.