Um grupo de profissionais ligados a inovação, tecnologia e cultura de games realizou, no último dia 16 de março, um encontro dedicado a mapear oportunidades e elaborar políticas públicas para o desenvolvimento de games no Rio de Janeiro. Primeiro evento do gênero em 2016, realizado na FAPERJ, uma fundação voltada ao fomento de pesquisas no Rio, o encontro é uma iniciativa do Neppi, Núcleo de Estudos em Políticas Públicas para Inovação, e reuniu empreendedores, gestores e representantes do setor.
Aos presentes, o professor da Universidade Federal Fluminense Esteban Clua, profissional com vasta experiência à frente de eventos como o SBGames, entre outros, traçou o panorama das novas tendências internacionais para o mercado de games, destacando as tecnologias de realidade virtual. "Equipamentos que possibilitam uma imersão virtual de 360°, como os óculos em 3D, vão revolucionar as formas de sociabilidade e podem ter outras aplicações, até para auxiliar a visualização de exames de saúde e procedimentos na medicina”, disse Esteban, sem esquecer as experimentações com Realidade Aumentada.
“Nossas metas são desenvolver um fundo de venture capital exclusivo para games e também editais de fomento em parcerias com outras agências, como a FAPERJ”, apontou Luciane Gorgulho, chefe do Departamento de Cultura, Entretenimento e Turismo do BNDES. “Formamos há cinco anos no BNDES um grupo de trabalho especialmente para fomentar linhas de crédito para games. Esse setor precisa de atenção específica, porque muitas vezes os projetos não se encaixam nas linhas de fomento da indústria criativa ou de ciência e inovação tecnológica”, observou.
Beto Moreira, consultor da Secretaria Estadual de Cultura, explicou que o estado investe em ampla pesquisa para mapear as empresas, instituições e universidades ligadas ao mercado de games. "A proposta é criar sete laboratórios que vão abrigar projetos na área e propiciar o diálogo de recursos humanos especializados, na sede do [programa de incubação] Rio Criativo para identificar os gargalos para o desenvolvimento do setor”, avaliou.
Claudio D’Ipollitto, diretor da Inovelab, ressaltou a dificuldade de angariar investimentos do setor privado: “No Brasil, não temos investimentos suficientes da iniciativa privada para projetos inovadores em games. Não temos capital de risco interessado; temos na verdade um capital arisco. Os investidores têm medo de arriscar em projetos desconhecidos”, destacou ao seleto grupo de profissionais reunidos.
Outras personalidades de setores estratégicos estiveram presentes ao debate, articulando a formulação de políticas públicas para a área. O Rio de Janeiro é o quarto estado do país em número de desenvolvedores de games e, como outros focos desse efervescente segmento da economia criativa, demanda a urgente definição de oportunidades e investimentos para o setor.
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Via Faperj
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