John Lennon, ex-Beatles, nunca se considerou um grande instrumentista. Em uma de suas últimas entrevistas (via Far Out), o músico admitiu que jamais teria coragem de tocar com o Cream, supergrupo britânico formado por Eric Clapton, Jack Bruce e Ginger Baker. Para ele, sua limitação técnica o impedia de acompanhar músicos tão habilidosos.
“George e Paul iam tocar com todo mundo. Eu nunca toquei em lugar nenhum sem os Beatles”, disse. “Tenho um vocabulário limitado na guitarra e no piano. O que eu faria indo tocar com o Cream?”.
Lennon se referia à banda que ajudou a moldar o hard rock com músicas como “Sunshine of Your Love”, “White Room” e “Crossroads”, marcadas por solos complexos e improvisos virtuosos.
Mesmo tendo gravado com Clapton em faixas como “While My Guitar Gently Weeps” e dividido o palco com ele na Plastic Ono Band, Lennon preferia evitar jams e improvisações. Não se via como um guitarrista a altura.
Ainda assim, sua força estava na criação: compôs e cantou clássicos que mudaram a história da música — sem precisar ser um virtuose.
Além de não se considerar digno o suficiente para integrar o Cream, banda de Eric Clapon, John Lennon já teve outros pontos de aproximação com o lendário guitarrista inglês.
Nas gravações do álbum “Double Fantasy” (1980), John Lennon contou com Rick Nielsen e Bun E. Carlos, do Cheap Trick, na faixa “I’m Losing You”. Embora tenham sido substituídos na versão final, a gravação com os dois só veio a público anos depois, em “John Lennon Anthology” (1998).

John Lennon e Yoko Ono. Foto: Raph GATTI / AFP
Segundo o autor Ross Warner, Lennon elogiou Nielsen e afirmou que gostaria de tê-lo em “Cold Turkey” (1969), criticando Eric Clapton por, segundo ele, não ter entregado um bom solo devido ao vício na época.
Para Lennon, a gravação com o Cheap Trick soava intensa demais, “muito parecida com Cold Turkey” — justamente por isso teria sido deixada de fora do disco.
Com informações do Whiplash.net.
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