O filho do ex-presidente, Jair Renan Bolsonaro, fechou no ano passado um contrato de exclusividade com o empresário Marcos Aurélio Rodrigues, que a Polícia Civil do DF suspeita ser laranja de um esquema criminoso do qual ele faria parte. Essas informações foram apuradas, com documentos, pela coluna do jornalista Guilherme Amado do site Metrópoles.
Em 2023, Rodrigues herdou, sem custo, uma empresa de Jair Renan com faturamento milionário. No último dia 24 de agosto, Jair Renan foi alvo de busca e apreensão da polícia, e seu ex-empresário Maciel Carvalho foi preso.
Esse contrato foi firmado em março do ano passado por Renan Bolsonaro e seu então assessor, Diego Pupe, como contratante. Do outro, como contratado, está Marcos Aurélio Rodrigues, o dono da empresa 357 Cursos e Treinamentos Táticos, que dava aulas de tiro para ambos.
Nos termos do contrato, o negócio não envolveu troca de dinheiro, mas “parcerias”, e teve validade até o fim de 2022, podendo ser prorrogado por mais um ano.
O filho 04 do ex-presidente divulgava os produtos da 357 e defendia em público a importância de se saber atirar. Em troca, recebia aulas de tiro de graça. Os instrutores eram Marcos Aurélio, o suposto laranja, e Maciel Carvalho, empresário preso recentemente na operação policial.
Em março de 2023, um ano depois de firmar esse contrato com Renan Bolsonaro, Marcos Aurélio Rodrigues herdou uma empresa do filho de Bolsonaro, a RB Eventos e Mídia. O negócio chamou a atenção dos investigadores. Primeiro, porque não houve qualquer pagamento pela movimentação. Segundo, a firma era bem lucrativa: havia faturado R$ 4 milhões em um ano.
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O nome fantasia da empresa é Bolsonaro Jr Eventos e Midia e foi aberta em 16 de novembro de 2020, de acordo com o registro no CNPJ. A empresa chegou a ser alocada no estádio Mané Garrincha em Brasília e estava focada em eSports e eventos nesse segmento.
A polícia suspeita que Marcos Aurélio Rodrigues seja um laranja em um esquema ilegal e as investigações continuam. A operação apurou os supostos crimes de estelionato, falsificação de documentos, sonegação fiscal e lavagem de dinheiro. Segundo a corporação, o grupo, supostamente liderado por Maciel Carvalho, ex-empresário de Renan Bolsonaro, usou uma identidade falsa para simular empresas de fachada no esquema.
O Metrópoles diz que a defesa de Jair Renan Bolsonaro afirmou que só discutirá o caso no processo. Marcos Aurélio Rodrigues disse que “não tem nada a falar”. Diego Pupe e Maciel Carvalho não responderam sobre o caso, diz o site.
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