Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) confirmou, nesta quinta (15), a conclusão do inquérito vinculado à Operação Nexum, deflagrada em agosto do ano passado, para investigar um possível esquema de fraudes, estelionato, falsificação de documentos, sonegação fiscal e lavagem de dinheiro.
Esse caso envolve Jair Renan Bolsonaro, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, e o seu instrutor de tiro, Maciel Alves. De acordo com a PCDF, ao final da investigação, cujos detalhes estão sob sigilo, tanto Jair Renan quanto Maciel Alves foram formalmente acusados pelos crimes de falsidade ideológica, uso de documento falso e lavagem de dinheiro.
O relatório final da investigação foi encaminhado ao Poder Judiciário no dia 8 de fevereiro, informou a corporação. Agora, cabe ao Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) analisar o caso e decidir se oferece denúncia contra ambos para que se instaure um processo penal na Justiça.
Em 2023 foi realizada uma operação policial de busca e apreensão contra os acusados. O inquérito apontava, de acordo com os investigadores, “para a existência de uma associação criminosa cuja estratégia para obter indevida vantagem econômica passa pela inserção de um terceiro, ‘testa de ferro’ ou ‘laranja’, para se ocultar o verdadeiro proprietário das empresas de fachada ou empresas ‘fantasmas’, utilizadas pelo alvo principal e seus comparsas”.
A Operação Nexum foi conduzida pelo Departamento de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado (Decor) da Polícia Civil do DF.
A investigação apontou para a existência de uma associação criminosa com três eixos. O ponto de partida são empresas no nome de Marco Aurelio Rodrigues. Ele aparece como sócio administrador da Academia de Tiro 357, com capital social de R$ 3,5 milhões, e da RB Eventos e Mídia LTDA, com capital social no valor de R$ 105 mil.
A Academia de Tiro 357 foi aberta em 2011, e repassada para Marco Aurelio em 2021. Já a empresa de eventos pertencia a Jair Renan até março de 2023, quando também foi transferida para Marco Aurelio.
O segundo eixo apurado é que os investigadores também veem Marco Aurelio como um “laranja”, para ocultar o verdadeiro proprietário das empresas de fachada. “A investigação aponta que diversos suspeitos teriam dado vida a pessoas falsas e aberto empresas visando obter vantagem indevida financeira”, detalha a PCDF.
De acordo com fontes da investigação, o comparsa seria Eduardo Alves, que teve mandado de prisão expedido na operação “Nexum”, em agosto do ano passado, mas não foi localizado. O último ponto são os crimes que teriam sido cometidos pelo grupo.
O nome fantasia da empresa RB Eventos e Mídia LTDA é Bolsonaro Jr Eventos e Midia e foi aberta em 16 de novembro de 2020, de acordo com o registro no CNPJ. A empresa chegou a ser alocada no estádio Mané Garrincha em Brasília e estava focada em eSports e eventos nesse segmento.
Com informações da reportagem da Agência Brasil e da CNN Brasil.
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