Por Pedro Zambarda, editor-chefe.
Com 45 anos, a secretária de Cultura e Economia Criativa do estado de São Paulo, a socióloga Marília Marton, foi escolhida pelo governador Tarcísio de Freitas para o cargo. Antes do atual cargo, ela foi secretária municipal das subprefeituras de São Paulo entre 2005 e 2009. Também trabalhou como chefe de gabinete nas secretarias de Cultura e de Educação no governo de Geraldo Alckmin.
Além dos cargos estaduais, Marília também trabalhou na Secretaria Municipal de São Caetano e na Câmara da mesma cidade. Ao site Metrópoles, Marília se define como “direita moderada”.
Em junho de 2023, a secretária Marília Marton anunciou investimento de R$18 milhões para a indústria de games do estado via Lei Paulo Gustavo. O edital foi publicado no começo deste mês e provocou críticas do setor de jogos digitais por exigências que parecem privilegiar empresas já experientes no cenário. As inscrições foram prorrogadas para até o dia 31 de setembro.
O Drops de Jogos procurou Marília em agosto. Ela agora nos responde com exclusividade abaixo.
Drops de Jogos: Nas redes sociais, houve uma reclamação de estúdios pequenos sobre os incentivos da Lei Paulo Gustavo em games no estado de São Paulo, em R$ 18 milhões. No edital, é exigido cinco anos de existência da empresa e o projeto parece voltado apenas para estúdios consolidados. Isso procede, secretária?
Marília Marton: A lei Paulo Gustavo foi feita para resgatar produções que foram duramente atingidas pela Covid. Estúdios, de todos os tamanhos, que tiveram que engavetar seus roteiros ou guardar seus figurinos. Então, não importa o tamanho: a covid chegou e você parou de escrever, representar, fazer turnê? A lei Paulo Gustavo vai te ajudar a dar continuidade ao que precisou parar.
DJ: A destinação dos R$ 18 milhões para o setor de games via lei será apenas por editais?
MM: Os interessados podem realizar suas inscrições por meio do site oficial do programa, que dispõe de recursos de acessibilidade para atender a todas as necessidades. A equipe de suporte está disponível via e-mail em leipaulogustavo@sp.gov.br ou na plataforma de inscrições através do e-mail suportesistemalpg@sp.gov.br e vai responder qualquer dúvida que o proponente tiver.
DJ: Na Gamescom, a secretaria do governo Tarcísio de Freitas anunciou uma parceria com o Google. Como ela ocorrerá? Como surgiu essa ideia?
MM: Nosso primeiro encontro foi na GDC em São Francisco, conversamos com o Daniel Trocolli, diretor de jogos do Google Play, sobre a ideia de levar cursos de tecnologia para as Fábricas de Cultura. A plataforma já tem alguns programas voltados para regiões periféricas e nessas conversas a gente conseguiu encontrar o melhor caminho para essa parceria.
Foi aí que surgiu a ideia do Google Play Academy, Favela Gaming e algumas outras cooperações que contaremos no futuro.
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DJ: O projeto pode capacitar alunos e frequentadores das Fábricas de Cultura. Como isso seria realizado? Qual é a previsão do investimento?
MM: O projeto é ter na grade de cursos da Fábrica de Cultura os conteúdos do Google Play Academy e Favela Gaming. Nós queremos capacitar alunos e frequentadores das Fábricas para o desenvolvimento de jogos e impulsionar o mercado de games localmente, principalmente nas periferias.
O Favela Gaming, do YouTube, tem como objetivo potencializar o impacto positivo do conteúdo gamer da plataforma, auxiliando jovens de grupos sub-representações a construírem carreiras de sucesso nesta indústria, seja como jogador profissional, criador de conteúdo ou em outras oportunidades que este segmento tão amplo proporciona.
Já o Google Play Academy, do Google Play, vai disponibilizar as melhores práticas do mercado de aplicativos e jogos, por meio de cursos online, e dar apoio aos desenvolvedores para iniciarem suas carreiras e expandirem seus negócios. Exemplos: como preparar seu jogo para lançar na loja ou fundamentos das métricas de jogos e melhores práticas para exportar seu jogo.
DJ: Como serão disponibilizados os conteúdos no Google Play Academy e do Favela Gaming?
MM: As Fábricas de Cultura são um projeto do estado, espaços com acesso gratuito a diversas atividades pedagógicas e culturais para toda a comunidade. Elas já têm em suas grades vários cursos em que as pessoas se matriculam normalmente pela internet ou no local.
Vai continuar tudo igual, mas agora com as opções na área de games.
DJ: Além do Google, outras empresas podem firmar parcerias com o governo do estado de São Paulo?
MM: O projeto é uma parceria entre a Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo e o Google, com suas frentes de negócio Google Play e Youtube. E, claro, o governo de São Paulo está aberto para qualquer empresa que queira nos ajudar a fortalecer as políticas públicas culturais e de formação do estado.
DJ: Foi sua primeira ida até a Gamescom? O que achou? Foi a primeira vez da Secretaria de Cultura, Economia e Indústria Criativas na feira?
MM: Essa foi a minha primeira visita à Gamescom, em Colônia, na Alemanha. Foi uma experiência impactante ver o tamanho do mercado de jogos e o mundo de oportunidades que nós temos de fazer negócios entre São Paulo e outros países. Por isso, eu insisto na formação como política pública. Nós temos que estar preparados para o novo.
DJ: O governo de São Paulo planeja novas viagens em eventos internacionais?
MM: A próxima missão do Creative SP será para a Espanha, e já temos outras três missões em planejamento.
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