Cultura

Morte: Ney Latorraca doa seus quatro apartamentos em bairros ricos

Ney Latorraca morava há décadas em um dos “maestros”, como são conhecidos os quatro prédios de alto luxo com nomes de regentes (Villa-Lobos e Stravinsky eram dois deles), escancarados sobre a orla da Lagoa Rodrigo de Freitas. É um ponto nobre na zona sul do Rio de Janeiro.

Morto aos 80 anos na manhã desta quinta (26), vítima de sepse pulmonar, Ney já havia decidido que o apartamento seria doado após sua morte. Não só o da Lagoa, mas todos os quatro que ele tinha em seu nome: Um em São Paulo, “pertinho do prédio do FHC”, mais um no Jardim Botânico (zona sul do Rio), e outro na rua Rainha Elisabeth, no limite entre Copacabana e Ipanema.

Em entrevista à revista Veja Rio, concedida a esta repórter em junho de 2020, no auge da pandemia, Ney disse que o investimento em imóveis lhe deu a segurança que precisava para a velhice. “Adoro pagar uma conta em dia, é coisa de filho de gente pobre. Eu já fui bem pobre e só comecei a ganhar dinheiro mesmo nos anos 80, com a peça Irma Vap”. O destino para sua herança patrimonial já estava traçado.

“Botei no meu testamento que vou doar os quatro. Um vai para a ABBR (Associação Brasileira Beneficente de Reabilitação), o outro para o Retiro dos Artistas. Os outros dois, um fica para o Grupo de Apoio às Crianças com AIDS, de Santos, e mais um para um grupo dedicado às vítimas da hanseniase. Está tudo no meu testamento. Fiz questão”.

Com apuração do F5.

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