Com destaque para o escritor Neil Gaiman de Sandman, que viralizou nas redes, nesta semana, os atores de Hollywood se uniram aos roteiristas no que pode ser a maior greve na história da indústria audiovisual americana. A revisão dos contratos, que envolve atualização de ganhos, regulamentações de streaming e limite do uso de Inteligência Artificial, é a reinvidicação.
Esses trabalhadores brigam pelos seus direitos. Atores e roteiristas de Hollywood, representados pelo Sindicato de Atores (SAG – AFTRA) e Sindicato de Roteiristas (WGA), anunciaram a paralisação de seus trabalhos, isto é, a instituição de uma greve. Os roteiristas estão em greve desde 2 de maio.
Já os atores estão paralisados desde 13 de julho. Essa paralisação aconteceu depois que as duas organizações não conseguiram chegar a um acordo com a Alliance of Motion Picture and Television Producers (AMPTP), associação que representa diversas empresas de produção de filmes e séries, como a Sony, a Disney, a Warner e outras.
As negociações fracassaram, em termos gerais, porque atores e roteiristas procuram uma atualização de seus contratos em uma era totalmente nova na indústria, principalmente por causa da dominância das plataformas de streaming e o uso de Inteligência Artificial.
Representados pela Presidente do SAG, Fran Drescher, os atores pedem revisão de ganhos residuais por streaming, aumento de salários, regulamentação de uso de IA, limitação de testes de elenco pré-gravados, aumento de pensões e planos de saúde, atualização de períodos de contrato e outros tópicos de contrato.
Aos atores, os ganhos residuais por seus trabalhos disponibilizados nas plataformas deveriam ser dependentes da popularidade de cada produção e valor da produção para a empresa. A ideia é que exista algum tipo de substituto para o fim das reprises televisivas, que antes representam fontes de renda substanciais para as duas categorias.
Enquanto os atores pedem 2% do valor que cada série gera para a plataforma (um número baseado em estudo de popularidade), a AMPTP argumenta que seria impossível medir o impacto de cada produção.
Há pouca regulamentação em torno do que o estúdio pode fazer com o escaneamento de atores no futuro na Inteligência Artificial. Enquanto este ponto impacta todo e qualquer intérprete em Hollywood, ele é especialmente ameaçador para figurantes e extras em produções, que podem ceder sua imagem por um dia de trabalho e ser replicado para diversas cenas em um filme.
Segundo o SAG, a AMPTP pode usar a imagem de atores já escaneados para treinar a IA a criar versões alteradas ou sintéticas para serem usados no fundo de produções. O sindicato pede consentimento para todo e qualquer uso individual de imagem de atores, ponto que a AMPTP recusou aceitar.
As demandas dos roteiristas envolvem os mesmos problemas de contratos desatualizados dos atores e, por isso, têm diversos temas em comum. Entre as principais queixas do grupo estão a dificuldade em receber remunerações com ajustes diante da inflação, a encomenda por séries de televisão com temporadas mais curtas e, principalmente, a falta de pagamento por ganhos residuais.
Inteligência Artificial também é um ponto de conflito para eles: roteiristas pedem regulamentação no uso de ferramentas, que hoje já substituem trabalhos de revisão e tradução.
Com informações do Omelete e da Variety.
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