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“O Brasil é um dos cinco maiores mercados da Azubu”, diz diretor de comunidades

A conversa com Bathel, que veio de São Francisco, foi produtiva e falou detalhes sobre a importância de nosso país para a Azubu, um dos principais competidores do Twitch e do Hitbox. O diretor também comentou peculiaridades do público brasileiro e como o cenário de e-sports internacional interessa à empresa. Confira.

Quais são os planos da Azubu para o Brasil? Sei que vocês chegaram aqui neste ano, mas vocês têm um plano de expansão?

Nós estamos rapidamente crescendo por aqui através das equipes brasileiras. Estamos conseguindo isso graça a um time de caras talentosos aqui em São Paulo. Os brasileiros são extremamente positivos e são incríveis de se trabalhar. Sou obrigado a admitir que, com isso, o Brasil é sim uma das melhores regiões com quem trabalhamos. Vocês são um mercado significante para a Azubu. Vamos trabalhar para manter essa importância.

O Brasil é um dos mercados top 10?

Sim. Eu diria que é um dos cinco melhores. Não posso te falar exatamente em qual posição ele está (risos), mas isso acontece porque vocês não páram de crescer no mercado de e-sports. E, por isso, tem muito a vir por ai. Por issso, estamos encorajados a continuar trabalhando por aqui. Eu fiquei espantado antes de vir para a BGS. 'Meu Deus do céu, nos construímos este estande!'. E agora estamos vendo todas as pessoas curtindo tudo isso por aqui. É neste lugar que devemos estar, mesmo.

Qual é a sua impressão sobre a cena brasileira de e-sports? É um mercado crescente?

Antes de começar na Azubu, eu trabalhei na Logitech e tive experiências com times de e-sports. Cuidei de patrocínios com a KaBuM e a cena brasileira me parece que está crescendo. Os times e os players são muito dedicados à modalidade e muitos deles são empolgantes de se assistir. Eu acredito que o cenário internacional neste momento está prestando atenção no que o Brasil está fazendo. Os times de vocês estão conquistando cada vez mais respeito das demais equipes. Para ser 100% honesto com você, a medida que este gênero for crescendo no mundo, é muito provável que nós vejamos mais ciberatletas brasileiros atuando e crescendo no cenário global. Ou seja, você verá gente do país de vocês fazendo cada vez mais coisas incríveis.

O que você acha dos streamers e de quem transmite vídeos por aqui? Gosta do trabalho deles ou é realmente muito diferente do Japão ou dos Estados Unidos?

Nos EUA, nós projetamos algumas das narrações dos streamers. Eu gostaria muito que alguns deles utilizassem as técnicas que os brasileiros utilizam para ativar sua audiência e chamar atenção de quem está vendo. Colono por exemplo é extremamente carismático e muito profissional. Os streamers de vocês sabem interagir e manter contato com os fãs de uma maneira totalmente diferente de outros. Eles fazem parte da comunidade e se tornam estrelas dentro delas. Uso os caras do Brasil como um benchmark (referência) de como engajar uma audiência, é desta forma que você faz o certo para dar audiência ao que seus fãs querem assistir.

Por que a Azubu é focada apenas em hardcore gamers?

Eu acho que tomamos essa decisão porque jogos competitivos exigem mais dos players. Se você assistir os maiores streams de campeonatos, eles mostram muito a habilidade dos gamers, o quanto isso é necessário e isso se torna atraente para o espectador. Mesmo com isso, todo mundo que tiver ideias novas é absolutamente bem-vindo à Azubu. Outra coisa que fazemos, principalmente com novos visitantes, é coletar muito feedback do que eles estão achando do streaming. Queremos saber o que comentam para melhorar o nosso serviço. Isso fica mostrado no topo da tela. Fale suas ideias e nós tentaremos tornar o serviço melhor com isso.

Tem algo que eu não perguntei e você gostaria de comentar sobre a Azubu?

Gostaria de falar da minha experiência no Brasil. Estou gostando da Brasil Game Show e, quando pousei aqui, olhei ao redor e disse: 'Ok, isso parece a Califórnia'. O verão estava começando aqui e por isso tive essa impressão. Quando pegamos o taxi para a estrada após o voo, vi os motoristas brasileiros e realmente vi que estava em outro mundo. A coisa é que, seja lá o que falam sobre a cultura brasileira, o jeito como vocês participam e tornam a coisa importante é a melhor maneira. Eu realmente gostei disso e isso me fez ter vontade de aprender o português. Tenho cerca de cinco anos de aprendizado em espanhol e isso me fez entender um pouco da língua de vocês. Mas é muito bom poder ver tudo isso acontecendo.

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Pedro Zambarda

É jornalista, escritor e comunicador. Formado em Jornalismo pela Faculdade Cásper Líbero e em Filosofia pela FFLCH-USP. É editor-chefe do Drops de Jogos e editor do projeto Geração Gamer. Escreve sobre games, tecnologia, política, negócios, economia e sociedade. Email: dropsdejogos@gmail.com ou pedrozambarda@gmail.com.

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