Com a permissão dela, Drops de Jogos fez uma reprodução adaptada abaixo.
Aos do surto anti-Pokémon:
Não, não é uma "bobagem", não é "vai ler um livro", não é "a que ponto chegamos, pessoas na rua quase sendo atropeladas caçando bichos invisíveis". Surtar contra Pokémon não te faz um intelectual e ser um intelectual não te impede de compreender o que há de bacana num game – muito pelo contrário.
Pense em Pokémon GO como uma espécie de caça ao tesouro que faz da cidade seu enoooorrrrme tabuleiro e cria, com um objeto hoje trivial – o celular (tecnologia de mapeamento + realidade aumentada) – uma camada "extra" de realidade, compartilhada entre quem joga o jogo. É a realização das nossas mais divertidas fantasias de infância – cês tiveram infância, né?
De quebra, quem está jogando cria laços sociais que só o ato de brincar/jogar consegue fazer tão bem.
Aos do surto pró-Pokémon:
O jogo apenas une o básico da realidade aumentada com as informações de uma franquia comercial enfiada goela abaixo de uma geração de tal maneira que, se um dia lançarem um cocô do Pikachu, é possível que alguém compre e ainda esfregue na cara. Isso é o triunfo da lógica da "propriedade intelectual", algo que faria as previsões mais apocalípticas de Adorno e Horkheimer parecerem otimistas.
Ao mesmo tempo, se é legal ter uma caça ao tesouro na cidade inteira, se isso é realização dos sonhos de nossa infância, também é uma mecânica bem preguiçosa, se ficar reduzida apenas a coletar Pokémon forever. Muito mais poderia ser feito para jogos de realidade aumentada – e, aliás, vem sendo feito, só que sem tanto marketing.
Some-se a isso uma política de privacidade no mínimo suspeita – que pode estar chupando e armazenando todos os seu percursos pela cidade – e motivos para se criticar há vários.
Um abraço para vocês e até a próxima Análise da Histeria Coletiva.
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