O responsável pela direção do filme é filho de Angie e do astro do rock David Bowie. Duncan Jones (45) fez carreira no cinema com dois filmes de ficção científica.
É dele Moon (2009), uma história espacial premiada com os prêmios BAFTA e Hugo estrelada por Sam Rockwell e Kevin Spacey, além de Source Code (2011), um enredo sobre viagem no tempo com Jake Gyllenhaal. Ele resolveu ousar e foi para criar um longa de fantasia ao dirigir Warcraft (2016), filme baseado na série de jogos da Blizzard.
Antes de morrer em 10 de janeiro de 2015, Bowie viu uma prévia do material do seu filho. “Eu mostrei para um uma versão inicial do filme e ele ficou muito animado por mim e impressionado com os efeitos que conseguimos fazer. Eu expliquei como fiz algumas coisas”, disse Duncan Jones em uma entrevista ao The Daily Breast.
David Bowie aprovou e estimulou que Jones fizesse o filme, um trabalho que ele fez com paixão num momento difícil de sua vida.
Quando ele começou a produzir Warcraft, em 2012, estava recém-casado com a fotógrafa Rodene Jones. Sua esposa tinha acabado de receber um diagnóstico de câncer de mama e teve fazer uma dupla mastectomia, procedimento cirúrgico para remoção das mamas. Em 2016, após quatro anos de trabalho duro e apaixonado pela franquia, Duncan Jones teve que encarar a morte de seu pai David Bowie, vítima de câncer no fígado.
“Meu filme começou e terminou com câncer. Warcraft será um período da minha vida que eu gosto e detesto ao mesmo tempo”, desabafou Jones. Hoje ele espera o primeiro filho com Rodene, assim como o casal orc em seu próprio longa.
Para entender a paixão por trás de Warcraft, é preciso contar a história dos jogos que o inspiraram.
A franquia dos games ficou famosa no mundo todo graças ao jogo massivo online World of Warcraft (WoW), lançado em 2004, que permitia aos participantes criar seu próprio personagem entre as diferentes raças no mundo mágico de Azeroth. Neste contexto, cada um pode contar sua própria história.
O que muitos esquecem é que WoW surgiu de um game mais antigo de estratégia em tempo real chamado Warcraft: Orcs and Humans (1994). É deste jogo que Jones se inspira para contar a história de seu filme.
Este jogo e Warcraft II: Tides of Darkness (1995) se consolidaram com os melhores títulos de estratégia dos anos 90.
O filme Warcraft presta um grande tributo a quem lembra estes dois games.
A história toda está lá. Sir Anduin Lothar (Travis Fimmel) é o protetor do reino de Azeroth, comandado pelo monarca Llane Wrynn (Dominic Cooper). Este mundo é invadido pelos monstros verdes e tribais orcs, do mundo destruído de Draenor. Eles são liderados pelo mago maligno Gul'dan (Daniel Wu) e seu chefe de guerra Blackhand (Clancy Brown).
Essa guerra entre duas civilizações diferentes acontece por conta da construção de um portal dimensional abastecido por almas de seres vivos. Para isso, Gul'dan se torna adepto da magia negra e provoca dissidências dentro dos próprios clãs orcs.
Um dos contrariados é Durotan (Toby Kebbell), guerreiro líder do clã Frostwolf. A outra é Garona Halforcen (Paula Patton), que é capturada por Lothar quando os orcs resolvem destruir a civilização humana.
Os dois traidores tentam frustrar os planos de Gul'dan através de uma aliança secreta entre homens e orcs, com ajuda de Orgrim Doomhammer (Robert Kazinsky), braço direito de Blackhand, e dos magos Medivh (Ben Foster) e Khadgar (Ben Schnetzer) dos Kirin Tor.
Warcraft é totalmente fiel às histórias dos jogos e vai numa linha muito diferente da franquia Senhor dos Anéis. Enquanto a ficção de J. R. R. Tolkien traz seres mágicos para contar uma história humana, o enredo da Blizzard dá o mesmo peso aos personagens homens e orcs. É uma aposta mais forte na fantasia ao invés de um simples conto épico.
As cenas de batalha do filme são empolgantes, com efeitos gráficos bem acabados e uma construção simples, de fácil entendimento tanto para os fãs gamers quanto para quem não conhece nada sobre a história.
Alguns críticos na imprensa afirmaram que o longa-metragem é fraco. O site norte-americano de games Kotaku disse que o filme “se leva demais à sério”. O crítico de cinema Roberto Sadovski, do UOL, escreveu que a “trama é rasa como um pires”.
Aquilo que os críticos enxergam como defeito parece ser o grande triunfo do filme Warcraft. Duncan Jones presta um grande tributo e conta bem a história de um game com mais de duas décadas de existência.
O longa quebra uma maldição de péssimas adaptações de games nos cinemas, incluindo Super Mario Bros (1993), o canastra Street Fighter – A Batalha Final (1994) com Jean-Claude Van Damme e até o recente Prince of Persia (2010).
A ficção mágica medieval da Blizzard resultou num dos maiores jogos online. WoW chegou a ter um pico de 12 milhões de gamers conectados em mais de 10 anos de vida.
O que ele, que é um gigante da música, quer em 2025
Paul solo