2015 foi o ano do divórcio entre as duas partes. Konami boicotou parte do desenvolvimento do último Metal Gear Solid V: The Phantom Pain, cortando a internet da divisão Kojima Productions e expondo os criadores a condições de trabalho abusivas, segundo reportagem vinculada na Nikkei, maior publicação japonesa. O desenvolvedor de Metal Gear havia chegado até o cargo de vice-presidente, integrava as principais reuniões do grupo e foi, aos poucos, perdendo seu espaço.
A empresa japonesa cogitou, há pelo menos cinco anos, tentar abraçar o mercado mobile e abandonar suas raízes. Isso provocou um atrito entre Kojima e Konami que desembocou no divórcio. Drops de Jogos esteve em contato com a Konami e ela não comenta o caso. A reportagem da revista New Yorker afirma que Hideo Kojima também não pode fazer declarações sobre o rompimento, mesmo já fora da empresa desde 15 de dezembro de 2015 e com contratos efetuados junto a Sony.
Foi uma separação tenebrosa, com o episódio lamentável do boicote da Konami durante o The Game Awards no final do ano passado.
O jogo Metal Gear Solid V: The Phantom Pain foi premiado como melhor de ação e melhor trilha sonora, enquanto o apresentador Geoff Keighley anunciou que Hideo Kojima foi barrado pela empresa na cerimônia.
A revanche de Kojima veio neste dia 5 de janeiro de 2016. Ele integrará o Hall da Fama dos Videogames da Academy of Interactive Arts and Sciences da Califórnia a partir de fevereiro deste ano. A posse de Hideo Kojima do panteão terá a presença do amigo, cineasta e roteirista Guillermo del Toro e ocorrerá durante o DICE Summit em Los Angeles. Os dois tiveram seu Playable Teaser (P.T.) de Silent Hills cancelado pela Konami no ano passado. O jogo de terror foi um sucesso no PlayStation 4.
Enquanto o criador de Metal Gear encontra seu caminho, fazendo projetos com a Sony e se "ocidentalizando", exportando seu talento, a Konami convive com o difícil mercado japonês. Os nipônicos amargaram uma queda de 13% do fluxo da indústria de games na comparação anual em 2015, estimado em 321 bilhões de ienes (US$ 2,72 bilhões na conversão direta). O câmbio japonês segue pressionado pela desvalorização abrupta de outras moedas asiáticas, como o iuane chinês. Vendas de consoles caíram 8,5%, enquanto a comercialização de software caiu 16%.
São os piores resultados desde 1989, há 26 anos, quando a Nintendo lançou o Game Boy e a geração 16 bits surgia.
Na crise japonesa, Hideo Kojima venceu a Konami.