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Opinião: Mortal Kombat X dá espaço para mulheres e minorias

Kung Jin é gay, Mileena tem lábios e toda uma geração de gamers agora tem acesso a um jogo hardcore em que as mulheres são tratadas com mais respeito. No âmbito dos jogos luta, o machismo latente machucou mais jogadores e jogadoras do que qualquer fatality que existe por ai.

As evidências dessa atitude estão por todo MKX. A novata Cassie Cage é filha de Johnny Cage e Sonya Blade, dois estereótipos do jogo passado que dão lugar a uma lutadora competente na porrada. Ela traja um uniforme mais coerente ao seu trabalho, cobrindo-lhe da cabeça aos pés com coldres e rádios sem lugar pra um decote absurdo. Curiosamente isso não subtrai de Cassie sua femininidade, na forma como anda ou como se comporta enquanto masca chiclete. Ela ouve música no seu fone de ouvido no começo das lutas.

Essa mudança não apenas ocorre apenas com sangue novo. As princesas Kitana e Mileena também aposentaram o “bikini de batalha” em trajes alternativos por algo como, pasmem, calças.

Até quando não estão lutando por suas vidas, as novas mulheres de MKX tem uma atuação diferente, como a vilã D’Vorah, agente dupla e braço direito de Kotal Khan. E Jacqui Briggs não precisa da proteção de seu pai Jax ao duelar com Ermac, que faz questão de lembrá-la do fato de ter arrancado os braços de seu progenitor. 

Mortal Kombat não foi a primeira franquia de jogos de luta a tratar seu elenco feminino como objeto sexual, mas é certamente um dos poucos a tentar inverter este conceito. Isso surge quando tanto desenvolvedores quanto consumidores começam a apoiar uma mudança em prol de maior respeito e igualdade de gêneros entre seus jogadores.

*Paulo é desenvolvedor de jogos, formado pela PUC-SP, e é professor de inglês.

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