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Opinião: Quem está por trás do posicionamento da Anatel contra a internet (e os gamers)

Após o afastamento de Dilma Rousseff, em maio, há um novo nome por trás da agência de comunicações. Trata-se do ex-prefeito de São Paulo e fundador do PSD, Gilberto Kassab, que chegou a ser cúmplice de um escândalo com 106 imóveis na capital paulista.

Vice na chapa de José Serra e ex-apadrinhado do PSDB, foi ministro das Cidades de Dilma entre 2015 e 2016. Agora assumiu a pasta Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações criada por Michel Temer.

“Estamos fazendo uma análise dentro do ministério no sentido de melhorar a prestação de serviços e examinar atribuições que possam ser transferidas para a Anatel, de modo a melhorar a integração da agência com o ministério e de ambos com o consumidor, que é o nosso objetivo. Essa análise será feita provocando não apenas o fortalecimento da Anatel, mas para seu crescimento em relação aos serviços que presta para a população brasileira”, disse Gilberto Kassab em uma notícia da Agência Brasil.

Kassab, em resumo, quer fortalecer a Anatel. Ele estuda repassar atribuições que estavam com o Ministério das Comunicações para a agência reguladora das telecomunicações.

A agência, no entanto, está com R$ 14 de caixa e está perto de parar suas atividades. Como atribuir mais atividades a um órgão que mal funciona?

Com pouca verba, a Anatel não analisa as atividades das operadoras de telecomunicações e sequer estuda estimular a concorrência para diminuir medidas drásticas que deixem o consumidor como refém de empresas do calibre da Vivo, Oi, Claro e TIM.

Das quatro, Vivo é campeã de multas no Procon em 2015. Segundo relatório, a operadora de telefonia devia R$ 182,619 milhões. Estruturada sobre a antiga Telefônica, herdeira da estatal Telesp, a empresa também tinha sido líder em reclamações de clientes.

Gilberto Kassab fala em fortalecer um órgão que mal exerce suas funções de maneira correta. Mistura telecomunicações e o ramo de comunicações.

Nesta bagunça governamental, as operadoras podem tirar proveito da situação. E o cliente fica perdido no tiroteio, vítima de uma internet que ainda só chega a metade do Brasil e não atende às necessidades de expandir educação, serviços e, inclusive, games no país.

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Pedro Zambarda

É jornalista, escritor e comunicador. Formado em Jornalismo pela Faculdade Cásper Líbero e em Filosofia pela FFLCH-USP. É editor-chefe do Drops de Jogos e editor do projeto Geração Gamer. Escreve sobre games, tecnologia, política, negócios, economia e sociedade. Email: dropsdejogos@gmail.com ou pedrozambarda@gmail.com.

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