Este tipo de lançamento deve ser visto por cautela por quem viveu o período, porque pode reviver traumas e um passado que a pessoa quer esquecer de um tempo recente. No entanto, para jovens e pessoas nascidas após os anos 80, o jogo é educacionalmente recomendável.
No final de 2014, a presidente Dilma Rousseff encerrou o trabalho da Comissão da Verdade sobre os crimes da ditadura em uma cerimônia que teve um depoimento emocionado da líder de Estado que foi torturada no período. Com mais de mil páginas, a documentação do comitê não foi levada a sério no cenário político atual. Tampouco é levado a sério os livros escritos pelo jornalista ítalo-brasileiro Elio Gaspari, que revirou os arquivos do regime graças a sua proximidade do general Golbery do Couto e Silva, um dos homens do ex-presidente Ernesto Geisel.
Em protestos recentes pró-impeachment de Dilma por casos de corrupção em seu governo, o movimento a favor do retorno da Ditadura Militar ganhou força nas ruas de São Paulo desde aquele ano. Os manifestantes são em sua maioria jovens que não viveram o período e pessoas mais velhas que não foram perseguidas ou reprimidas pelo regime totalitário que se firmou após o golpe contra o presidente João Goulart.
Medidas educacionais mais eficientes deveriam reforçar o ensino histórico do regime em escolas. Um produto digital como um game pode contribuir para uma mudança de mentalidade. E este estilo de jogo me parece mais efetivo na educação política em comparação com títulos em flash antipetistas baseadas no boneco do Lula Inflado.
A Ditadura Militar brasileira deve ser objeto de estudo em produtos culturais. O videogame pode tornar a história mais palatável para as próximas gerações. Mas a Ilha do Presídio ainda tem como vantagem limitar sua narrativa sobre o período em um recorte específico e fechado.
O game não se perde num tema amplo e sem foco. Com estes fatores, Utopia Game Studio tem a faca e o queijo na mão para fazer um grande jogo.
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