É formanda em Engenharia de Produção pela PUCSP, certificada em Gestão e Liderança pela Universidade de Pittsburgh – EUA (Management and Leadership Program) em 2009, numa parceria com a Universidade Presbiteriana Mackenzie. Com este currículo, tornou-se uma influenciadora e empreendedora do setor.
As meninas que ela reuniu, incluindo Izadora Perkoski, Gabriela Emi Sanada, Mariana Fonseca e Gabriela Nakamura, entre as mais ativas, empenharam-se em montar eventos de ponta para promover as gamers. Foram workshops e palestras no Google Campus, que encheram plateias sobre diferentes assuntos, além de game days para competições entre mulheres. E não parou aí. Chegaram no BIG Festival, Anime Friends e muitos outros eventos. E vão chegar em mais locais.
No bar Stomp E-Sports, o movimento de Ariane promoveu happy hour na época do lançamento de Pokémon GO e cada vez mais elas se empenharam em montar apresentações que realçassem o papel feminino em esportes eletrônicos. Fã de Counter-Strike: Global Offensive, Ariane Dionisio nunca deixou de ressaltar o esforço de ligas como a ESL na promoção de campeonatos abertos à participação feminina.
Graças a esse trabalho em conjunto, a Patriot, fabricante de periféricos, tornou-se apoiadora do Women Up. FIAP, TechSampa, Canal da MIkannn (YouTuber) e até a desenvolvedora brasileira WebCore Games tornaram-se empresas que acreditam na iniciativa.
Durante a Campus Party Brasil 2017, Ariane Dionisio convidou o editor que vos escreve para apresentar com ela no palco uma palestra sobre eSports e a carência de mulheres em inúmeros espaços gamers e nerds. A apresentação foi no palco 360 graus da Rádio Geek que ilustra este perfil. Com estatísticas, desconstração e até o sorteio de uma camiseta, Ariane contagiou o público e mostrou a necessidade de ter este assunto em pauta.
E falou com homens e mulheres abertamente sobre feminismo.
Acompanhando seu trabalho há quase dois anos, foi uma honra dividir palco com ela e quero afirmar que o Drops de Jogos apoia e acredita no Women Up Games. Lamentamos, apenas, que a gente não tenha feito uma cobertura satisfatória dos workshops deste movimento. Em uma das oficinas, Ariane e seu grupo ensinaram mulheres a montarem fliperamas num curso pago.
Inúmeros convites foram feitos ao DJ e comparecemos em alguns dos eventos. Embora seja um movimento feminista, e tenha iniciativas de mulheres para mulheres, Ariane Dionisio também acreditou que o homem que escreve este artigo é capaz de acompanhar seu movimento e entender a importância de ceder e fomentar novos espaços.
Por este motivo, nós homens precisamos entrevistar mulheres, dar voz e espaço para elas nos criticarem, além de exercer a autocrítica.
Na cena brasileira de desenvolvimento de jogos, eu já busco ao máximo ceder espaço para falar das mulheres que se destacam por méritos próprios. E falar da Ariane e do Women Up é mais um capítulo nesta história.
No entanto, não é necessário apenas falar da participação feminina quando ela é destaque e sim quando ela começa a ocorrer. Podem ser espaços muito reduzidos em comparação aos masculinos.
Pode ser que ainda existam segregações e pouca mistura entre homens e mulheres nestes espaços. Mas Ariane dá passos importantes ao inserir ideias para palestras inclusivas em grandes eventos.
Seu sobrenome, Dionisio, remete ao deus grego dos ciclos vitais, do vinho e das festas, o equivalente ao romano Baco. Tal como as festas, Ariane parece incumbida de promover as mulheres no seu meio.
Ariane Nathaly Parra Dionisio é o rosto do WUG, um movimento social feminista. Ariane é o rosto das muitas mulheres que fazem suas iniciativas acontecerem de maneira prática e daquelas que são convidadas para participar das reuniões, criando novos jogos, espaços para curtir o entretenimento eletrônico e transformá-lo através de um gênero que foi e é excluído há anos dos antros machistas.
Ariane é um dos muitos rostos de uma revolução que aconteceu e que acontece neste momento. Neste exato momento.
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