Do site do Partido dos Trabalhadores. A presidenta do PT, Gleisi Hoffmann, apresentou nesta quarta-feira (11) projeto de lei para proibir publicidade, divulgação e propaganda de empresas e casas de apostas online ou não, e também de produtos ligados a jogos de azar, inclusive os previstos na Lei nº 14.790/2023, mais conhecida como Lei das Bets.
Na mesma linha, o deputado federal Reginaldo Lopes (PT-MG) também apresentou projeto pela proibição, o PL 3511/2024.
Para Gleisi, as propagandas podem induzir, principalmente, os mais vulneráveis ao risco financeiro. “A nosso ver, a vedação das ações de comunicação, publicidade e marketing relacionadas às loterias de apostas de quota fixa é essencial para reduzir a exposição da população a conteúdos que podem induzir ao comportamento de risco”.
“As casas de apostas, conhecidas como bets, invadiram o país nos últimos tempos. E se transformaram em problema em vários aspectos, pois já criou uma legião de viciados, arruinando financeiramente famílias e adoecendo apostadores”, afirmou Reginaldo.
Para Reginaldo Lopes, a expansão das bets no país foi sustentada por uma avalanche de publicidade em todos os meios de comunicação, nos campos e camisas de futebol, nas redes sociais, que se utilizam de figuras públicas para anunciar seus jogos.
“Este projeto de lei, ao promover as referidas mudanças, reafirma o compromisso do Parlamento com a proteção dos direitos dos cidadãos e com a construção de uma sociedade mais justa e equilibrada, onde os interesses econômicos não se sobrepõem ao bem-estar da população. A aprovação desta inciativa é, portanto, medida necessária e urgente para assegurar a integridade e a saúde financeira dos brasileiros”, concluiu Gleisi na mensagem enviada ao Congresso, ao pedir o apoio dos parlamentares.
Leia mais: Petistas apresentam projetos para proibir propaganda de jogos de azar
A população, diz a presidenta, está exposta ao bombardeio diário de mídia e publicidade de apostas, principalmente esportivas. Somente em 2023, os gastos alcançaram mais de R$ 50 bilhões em apostas online. “Se contarmos os 12 meses entre julho de 2023 e julho de 2024, esse valor salta para mais de R$ 68 bilhões. Os valores perdidos nessas apostas são da ordem de R$ 24 bilhões”, argumentou Gleisi na abertura do texto de justificativa do projeto de lei.
A Lei das Bets teve avanços, mas são insuficientes para conter o impacto negativo das práticas publicitárias, o que demanda urgente de revisão da legislação, segundo ela. Além de alinhar as práticas de mercado com os princípios de responsabilidade social e proteção ao consumidor, a proposta visa proteger os consumidores, “especialmente aqueles mais vulneráveis, dos potenciais riscos associados ao aumento da exposição às apostas e jogos de azar”, justifica Gleisi.
Diante do crescimento do mercado de apostas, o projeto quer contribuir para a “construção de um ambiente mais seguro e responsável, onde o entretenimento não se sobrepõe ao bem-estar social”. Para Gleisi, as medidas são cruciais para neutralizar “os riscos associados ao jogo compulsivo e para promover um consumo consciente, alinhado com os princípios de responsabilidade social que devem nortear todas as práticas comerciais no país”.
Segundo pesquisa do Instituto Locomotiva, em cinco anos o número de apostadores chegou a 52 milhões, sendo que 79% são das classes C, D e E. Entre os apostadores ouvidos pelo instituto, 45% admitem que as apostas causaram prejuízos financeiros, 37% declararam ter usado dinheiro destinado a despesas importantes para apostas online. As relações pessoais ficaram prejudicadas para 30% dos apostadores sondados pela pesquisa.
Somente no primeiro semestre de 2024, 25 milhões de pessoas fizeram apostas esportivas, média de 3,5 milhões por mês.
Para o colunista Juca Kfouri, do UOL, “as medidas fazem sentido para impor limite à farra das bets, como em curso em vários países da Europa, na Inglaterra em particular, ainda mais agora quando se anuncia, no Brasil, a entrada de grandes empresas de mídia, como a Globo, em associação com cassinos norte-americanos, na exploração da jogatina”.
Na linha da presidenta do PT, em artigo publicado no jornal O Globo desta quinta-feira (12), o deputado federal Zeca Dirceu (PT-PR) argumenta que é urgente dar fim à farra das bets porque pessoas humildes têm sido enganadas 24 horas por dia, com um turbilhão de anúncios na mídia, em jogos de futebol e nas redes sociais.
“Onipresentes e de fácil acesso, casas de apostas on-line – as bets – viciam e arruínam famílias. Por isso, devem ter o mesmo tratamento que cigarros e bebidas: proibição de publicidade e alta taxação. Os dados são estarrecedores”, escreveu Zeca, ao listar informações de pesquisa do Banco Itaú que indicou que os brasileiros gastaram R$ 68,2 bilhões em casas de apostas on-line em um ano, o que acarretou em prejuízo de R$ 23,9 bilhões. Este número equivale a 0,2% do PIB brasileiro, 0,3% do consumo total e 1,9% da massa salarial.
O deputado aponta que parte das plataformas está no exterior, sem transparência e nenhum controle público nacional. Ele diz ainda que há relatos de que até beneficiários do Bolsa Família “detonam o que ganham em apostas e jogos como o conhecido Tigrinho. Há trabalhadores rurais endividados, famílias que perdem suas casas, adoecimento mental, diminuição de recursos para a compra de itens básicos. Pior, há casos de suicídio de jovens que não conseguem pagar o que devem”, ressaltou.
“A publicidade das apostas deve acabar ou tornar-se extremamente restrita. É um monumental desafio para o governo Lula, o Congresso e toda a sociedade. Trata-se de uma epidemia e de agiotagem on-line. O Brasil precisa dar um basta a esse descalabro”, concluiu Zeca.
Da Redação, com PT Câmara
Veja nossa campanha de financiamento coletivo, nosso crowdfunding.
Conheça os canais do Drops de Jogos no YouTube, no Facebook, na Twitch, no TikTok e no Instagram.
Indiciados pela Polícia Federal
É mais de meio milhão de reais, algo inédito em termos de valorização
Aparentemente o cara está mal
Pagamento mensal de benefício segue calendário oficial
Acordos também devem beneficiar o comércio entre os países
Ao comprar um sabão para lavar roupas, a variedade de opções é desconcertante. Todos os…
Ver Comentários
Só uma correção. Nao é presidenta, é presidente.
Gente, vamos manter o nivel e a qualidade do UAI