Numa entrevista para o livro “Many Years From Now”, de Barry Miles, Paul McCartney relembrou uma ocasião em que se recusou a participar de uma gravação dos Beatles por divergências criativas com John Lennon. As aspas foram transcritas pela Far Out.
A música em questão era “She Said, She Said”, do álbum “Revolver”, de 1966. “John trouxe a canção praticamente pronta”, disse McCartney. “Acho que foi uma das únicas gravações dos Beatles em que não toquei. Tivemos uma discussão, e eu disse: ‘Ah, vá se f…!’ Eles responderam: ‘Bem, vamos fazer’. Acho que George [Harrison] tocou o baixo no meu lugar.”
Essa episódio ocorreu durante um período em que os Beatles estavam imersos na psicodelia, o que incomodava McCartney. Ele temia que o grupo estivesse perdendo sua identidade ao experimentar demais com a música. O engenheiro de som Geoff Emerick também descreveu esse contexto:
“John estava deliberadamente distorcendo a música dos Beatles, tentando transformar o grupo em um conjunto de vanguarda, em vez de uma banda pop”.
Esse tipo de desentendimento não era incomum na história dos Beatles, especialmente nos anos finais. Como John Lennon explicou anos depois, os laços de amizade que mantinham o grupo unido acabaram se desgastando com o tempo. “Quando conheci Yoko [Ono], foi como quando você encontra sua primeira mulher e deixa os amigos no bar”, afirmou ele ao jornalista David Sheff. “Os amigos deixaram de ser meu foco, tornaram-se apenas velhos amigos”.
Com informações do site Whiplash.net.
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