"Para começar 2017 bem. Lanche leve para não engorda", dizia o post do vlogueiro com a bunda de uma mulher.
Em poucos minutos, a postagem gerou revolta nas redes sociais e mais manifestações machistas, sobretudo de fãs homens de Zangado. "Tava demorando a choradeira, fala sério, não pode postar nada que é preconceito, feminismo (sic)", diz um deles. "Vai puxar o saco de alguma gorda peluda desconstruidora de padrões", lançou outro, agressivamente.
Uma das pessoas que mais criticou a postura de Zangado na postagem foi Giselle Rosa, que é ilustradora. O Drops de Jogos procurou Giselle para ouvir o seu lado da história.
"Comecei a acompanhar o canal do Zangado em meados de 2015, por indicação de um amigo do trabalho. Eu sou o que chamam de 'jogadora casual' e meu interesse foi basicamente entender mais sobre as histórias por trás dos jogos, sacar algumas curiosidades. Percebia que algumas falas do Zangado exaltavam a 'gostosura' de personagens femininas, mas não levava isso muito a sério, pois entendia aquele posicionamento dele como uma simples admiração dele pela beleza feminina. Não achava necessariamente ofensivo. Em muitos dos vídeos ele tem o hábito de fazer reflexões mais profundas e respeitáveis sobre relacionamentos, família, o que também contribuiu pra que, naqueles momentos, eu não tivesse nem de longe uma imagem machista dele", nos explicou a sua ex-fã, que passou a criticá-lo despois da postagem.
Perguntamos a Giselle Rosa o que ela achou da postagem em si. E ela nos respondeu: "O post dele foi uma completa falta de respeito. Muita gente veio me perguntar porque eu só me manifestei naquele momento, já que em postagens anteriores ele já havia sido igualmente machista. Eu havia curtido a página dele no fb há muito tempo atrás, simplesmente pra dar apoio e sem ver o que havia lá. Então fiquei surpresa ao me deparar com aquela imagem de repente na minha timeline". E a ilustradora também se sentiu atacada nos comentários justamente por fazer críticas. "Minhas considerações deram margem pra que os seguidores fossem até piores nos comentários. Faltou tato da parte do Zangado em diferenciar o bom humor do bom senso", completou.
A postagem foi tirada do ar. O Drops de Jogos entrou em contato com o próprio YouTuber, que nos agradeceu pela consideração mas não comentou até o momento da publicação deste texto. Nenhum site de notícias deu publicidade ao episódio, que ficou repercutido apenas nas redes sociais.
"O que mais me incomodou nessa história foi ele não ter admitido que errou, que poderia ter sido mais atento e cuidadoso. Ele deu margem perigosíssima pra que muitos homens, inclusive menores de idade, se manifestassem da forma mais odiosa e misógina diretamente comigo apenas porque eu contestei a necessidade daquela imagem. O Zangado, como criador de conteúdo e influenciador de uma geração, tem sim responsabilidade com tudo que ele publica, principalmente numa página que deveria ser voltada pro conteúdo de games. No dia seguinte, meu comentário foi apagado e, dias depois, o post foi deletado. Só 10 dias depois ele soltou uma mensagem 'lamentando todo desentendimento'. Sequer respondeu o inbox que enviei. Foi como se nada tivesse acontecido, como se não tivesse sido grave. Todo mundo é careca de saber que existe uma cultura muito machista no meio gamer e ele ajudou a inflamar esse preconceito. Meu caso foi um entre centenas que devem acontecer pelo Brasil e não deve interessar à imprensa noticiar algo que não vai fazer diferença. É considerado até um 'mimimi'. Me concentrei em colher informações de todos que me xingaram e levei o caso à Delegacia de Repressão Aos Crimes Cibernéticos no Recife, onde acredito que fiz muito mais do que a imprensa poderia fazer por mim e outras mulheres. Divulguei o procedimento pra que outras mulheres façam o mesmo, pois ainda se acredita que crimes de ódio na internet não podem ser levados à sério", resumiu Giselle Rosa sobre o episódio e a atuação da mídia.
Longe de querer constranger o YouTuber Zangado, o Drops de Jogos quer pontuar o quão danoso pode ser o posicionamento de uma figura pública com o alcance que ele tem. E, como veículo de mídia, queremos mostrar a nosso posicionamento pró-feminismo e minorias expondo os problemas de casos como este.
Reportagem com colaboração do editor de conteúdo, Kao Tokio.
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2019 aqui eh digo que hj em dia ta cada vez mais dificil ser hetero sem que as carniças como as feminazis gordas e os garotos da soja fiquem enxendo o saco, apreciar uma bela bunda eh crime pra esses seres iluminados
Difícil ser hétero?
Muuuuuuuito difícil
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