Por que o Drops de Jogos fez uma cobertura tão negativa sobre o caso TecToy e Zeenix?

Por Pedro Zambarda, editor-chefe.

Desde a Gamescom Latam 2024, o Drops de Jogos se manteve cobrindo o anúncio e o lançamento do PC portátil Zeenix, além de sua empresa TecToy, histórica desde os anos 1990. Recebemos informações de bastidores e nos debruçamos, durante meses, para checar tudo o que chegava até nós.

Como alguém que está no jornalismo há algum tempo, a primeira providência ao publicar reportagens que atiraram a reputação do seu CEO, Valdeni Rodrigues, no centro do debate público, foi abrir espaço para a TecToy se manifestar. Para contar a sua versão dos fatos.

Faço isso por ética profissional e até para testar se as minhas fontes e se a minha apuração contém erros.

Alguma manifestação? Zero. Silêncio sepulcral.

Descobrimos, então, que o grupo Transire, que adquiriu a histórica TecToy, tem empresas diferentes no mesmo endereço da TecToy e de subsidiárias. Algum crime nisso? Nenhum a princípio. Mas a empresa tampouco se preocupa em se manifestar em nome da transparência dos seus negócios.

Descobrimos que o irmão de Valdeni, o executivo Gilberto Novaes, é quem realmente manda lá dentro. E tudo isso foi checado com a própria TecToy. Que prefere não falar sobre o assunto.

E  há a música tosca de “Giba” Novaes, exaltando seus feitos com maquininhas de cartão.

A TecToy prefere manter uma narrativa de superioridade em cima do anúncio do Zeenix Lite por R$ 3300, praticamente um preço de um PS5 hoje. E não anuncia o preço da versão Pro.

É uma empresa que prefere não falar claramente com o público. É uma empresa que prefere não falar com a imprensa crítica. Não tem como dar outra. A cobertura acaba sendo negativa.

O jornalismo acaba resultado numa cobertura crítica – que é seu dever. Propaganda é outro departamento.

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