O Aquiris Game Studio decidiu então investir num shooter de velocidade, nos moldes de Call of Duty e com uma pitada de Overwatch, o recente sucesso da Blizzard em 2016.
A ideia surgiu graças ao esforço de Sandro Manfredini, o diretor de negócios do estúdio Aquiris que trabalhou no financiamento de R$ 1,5 milhão que a empresa adquiriu do BNDES na época de Horizon Chase, e de Israel Mendes, o responsável pelo marketing e co-fundador da empresa. Os dois, ao lado de um time que cresce e atua como empresa triple A, criaram uma gestão de trabalho profissional que tornou o negócio maior do que a metodologia indie mais comum no Brasil. A empresa hoje conseguiu capital e recursos humanos para continuar sustentando iniciativas ousadas. É neste contexto que o Aquiris Game Studio decide continuar o projeto Ballistic Overkill e lançá-lo de maneira oficial neste mês de abril para o Steam por R$ 19,99.
Por 10% do preço dos shooters tradicionais, Ballistic traz recursos interessantes para o gênero e ocupa um espaço não tão grande do computador, de 4 GB. Mas o projeto tem este desenho porque ele não é de agora.
As explicações partiram de Amilton Diesel, o produtor-executivo do game, que explicou suas origens no Facebook. Antes mesmo de Horizon Chase, Ballistic foi lançado como um game para redes sociais em 2012, quando ainda era um shooter mais básico. Aproveitou a onda dos jogos sociais que chamavam atenção do site criado por Mike Zuckerberg, depois do sucesso de FarmVille e outros clássicos da Zynga. O título do Aquiris Game Studio buscava levar games hardcore para a internet. A coisa começou a mudar quando os próprios browsers perderam o desempenho nestes jogos.
De repente não valia mais a pena um jogo de tiro para rodar num navegador online.
O novo Ballistic Overkill vem com quadro modos de jogo: Disputa de Times, Todos contra Todos, Captura de Pontos e Rei do Pedaço. Todos são realmente focados no multiplayer. Há sete classes: Furioso (especialista em curtas distâncias), Vanguarda (mestre de assalto), Espectro (infiltrator e assassino de longa distância), Sombra (mestre de velocidade e assassinatos furtivos), Granadeiro (terror dos campers e maníaco por explosões), Tanque (especialista de sobrevivência) e Atirador (especialista em inteligência, perceptivo e adaptável), Existem 10 mapas, mais de 80 armas e as customizações, que permitem acesso a itens raros como fuzis Avançados, Especiais, Elite e Lendárias. Armas brancas, como espadas, também estão no game.
Mas o grande triunfo de Ballistic está no trabalho de uma artista conceitual e ilustradora, formada em publicidade na PUCRS, chamada Bruna Richter. Ela é responsável por fazer versões femininas de cada personagem e por abarcar minorias.
Aquiris acertou por colocar uma mulher na liderança destas mudanças, inspirados em políticas inclusivas como a Blizzard fez com Overwatch que abraçou a comunidade LGBT. Num shooter tipicamente machista, é Bruna que brilha ao dar opções de configurações que incluam mais o sexo feminino no game.
É verdade que as personagens femininas continuam mais sexualizadas do que os homens, mas o jogo cumpre um passo importante ao permitir a escolha do jogador justamente em seu lançamento para o Steam.
E o trabalho de Bruna não ficou restrito na inclusão do sexo feminino em Ballistic Overkill.
A artista incluiu também skins que mudam a etnia dos personagens. Com conteúdos que vão se atualizando, Ballistic também permitirá controlar heróis negros e de outras tonalidades de pele, tornando a experiência mais adaptável e inclusiva em sua representatividade.
Ao fim do evento, dentro do Google, jornalistas e YouTubers puderam testar o game. O documentarista, repórter e agora ex-BBB, Pedro Falcão, estava no encontro gravando um documentário com o estúdio Aquiris, após o sucesso de seu trabalho Paralelos.
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