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“Brasil voltou ao radar internacional”, diz presidente do Kokku, estúdio envolvido em Horizon Zero Dawn

O executivo está na GDC 2017 em São Francisco, nos Estados Unidos. Thiago topou dar uma entrevista exclusiva por escrito ao site Drops de Jogos. Confira.

Drops de Jogos: Como foi o processo de aproximação da Kokku com a Guerrilla Games? A Sony ajudou nesta parceria?

Thiago Di Freitas: Nós já tinhamos um bom contato com diversos outros grandes players internacionais, que ajudaram bastante nas introduções. Mas, na verdade, quem nos abordou foi a própria Guerrilla em um evento por já ter ouvido falar da Kokku e dos bons comentários de outros fortes da indústria.

Ficamos bastante surpresos e felizes com a oportunidade. 

DJ: Por quanto tempo vocês trabalharam na produção das artes 3D de robôs de Horizon Zero Dawn?

TF: Por mais de um ano. 

DJ: Qual foi o robô mais trabalhoso no processo?

TF: Todos foram extremamente trabalhosos. Todos eles envolveram diversas pessoas trabalhando simultaneamente por um bom período de tempo. Alguns robôs foram montados com mais de 14 pessoas ao mesmo tempo. Obviamente que houve um comprometimento absurdo da divisão Diorama com o processo, dentro da Kokku.

Os heads, Alex e Everaldo, tomaram conta do projeto como se fosse um filho e nos ajudaram a colocar o nome do Brasil de volta no radar de grandes players internacionais.

 

DJ: Vocês trabalharam com outros estúdios além da Guerrilla Games?

TF: A Kokku tem diferentes divisões. Cada uma delas com sua especialidade. Então sim, trabalhamos e continuamos trabalhando com diferentes estúdios do mundo todo. Não apenas com arte 3D, mas também com full development e também, agora, na montagem de nossa nova divisão de Motion Capture, o que irá auxiliar a começar a trazer projetos de console internacionais inteiros para Recife.

Infelizmente não podemos nomear para que não comecem as especulações e, também, atuamos sob contratos de confidencialidade. 

DJ: Na GDC, vocês afirmaram que foram o primeiro estúdio brasileiro a trabalhar numa produção top de linha, o que é uma informação em parte verdadeira. No entanto, jogos como Mario vs. Donkey Kong: Tipping Stars tiveram participação de brasileiros. Até mesmo o Kinect teve o trabalho de um brasileiro. Vocês acham que fazem parte de um processo de internacionalização?

TF: Na verdade outros estúdios já trabalharam em produções top de linha, como é o caso da Playlore, que infelizmente não está mais ativa envolvida em projetos como DC Universe e Elders Scrolls Online, por exemplo. Nosso case é importante por trazer de volta a atenção para o mercado brasileiro.

O que, impreterivelmente, irá abrir portas não apenas para a gente, mas também para todo o mercado. Estamos num momento maravilhoso de nossa indústria e fazer parte desse movimento com uma das empresas liderando essa transformação nos enche de orgulho. Temos inclusive mentorias para novas empresas que procuram internacionalização através do BGD e a ABRAGAMES.

DJ: Como a GDC e a BGD da ABRAGAMES está apoiando o trabalho de vocês?

TF: O  BGD é extremamente importante. Quer entender porque a nossa indústria está melhorando a passos largos? Olhe para o que estamos fazendo lá na ABRAGAMES. Por toda luta que travamos diariamente pelos desenvolvedores brasileiros. Não apenas no processo de internacionalização, que é a menina dos olhos de nossa associação, mas também por batalhas como ter um edital próprio de games pela Ancine.

Finalmente temos um representante na Comissão Nacional de Incentivo a Cultura, do MinC, além de mais diversas outros apoios que encontramos diariamente. A ABRAGAMES nos auxilia desde o início e somos extremamente felizes de, hoje em dia, estarmos colhendo os frutos de tanto trabalho duro. 

DJ: Tem algo que eu não perguntei e vocês gostariam de falar?

TF: Claro! Por favor, entrem no site oficial do estúdio Kokku e chequem as vagas que estão em aberto.

Os projetos não irão se construir sozinhos!

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Pedro Zambarda

É jornalista, escritor e comunicador. Formado em Jornalismo pela Faculdade Cásper Líbero e em Filosofia pela FFLCH-USP. É editor-chefe do Drops de Jogos e editor do projeto Geração Gamer. Escreve sobre games, tecnologia, política, negócios, economia e sociedade. Email: dropsdejogos@gmail.com ou pedrozambarda@gmail.com.

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