Por Pedro Zambarda, editor-chefe.
Oito anos de desenvolvimento. Obviamente eles são críticos ao regime autoritário hoje governado por Miguel Díaz-Canel, mas que já teve Fidel e Raul Castro na liderança. Eu não tenho exatamente a mesma visão que eles têm da política, sobretudo pelo que sabemos que os Estados Unidos pode fazer com um país do Sul Global, mas foi muito bom conversar com o artista gráfico cubano Joshue Paglieri e e com o programador David Darias, ambos da Empty Head Games.
Bem humorados, eles pareciam se deliciar com a Gamescom Latam em São Paulo, um evento internacional alemão, o maior da Europa, que veio fincar raízes com o BIG Festival no Brasil. Com esse ar internacionalista, bati um papo com eles de cinco minutos.
Esses foram os principais pontos da conversa.
Foi maravilhoso ver o nosso game rodando em um console. É como um sonho tornando-se realidade. Nós crescemos jogando num Nintendo. Nós crescemos jogando num PlayStation. Éramos crianças quando isso aconteceu. Um game em console é algo que nunca aconteceu em Cuba antes. Nós não temos um PlayStation 5 ou um Nintendo Switch lá. Mas nós vimos, no momento do lançamento, isso acontecendo.
Muito bom ver o nosso game em vários consoles. Tivemos muitos reviews positivos e, ufa, não tivemos tantos bugs. Estávamos nervosos com isso.
Vimos gameplays no YouTube. Isso não é apenas maravilhoso. Você assiste isso em filmes. Algo que eu nunca esperava que acontecesse comigo estava acontecendo naquele momento.
Brasil foi espetacular, cara! Os reviews foram muito bons e as pessoas foram comprando. Brasil rocks, cara! Foi como ter ganhado a última Copa do Mundo!
Estar nesse evento como a Gamescom Latam é parte do sonho. Quando você atinge o mercado internacional, isso é um sonho, é o que você espera fazer. É ter o seu jogo para todos os jogadores, com muitas pessoas interessadas. É estar num sonho, após mídias que já nos abordavam antes da gente chegar aqui.
Fazer jogos em Cuba ainda é muito desafiador. Ficamos quase oito anos para concluir nosso jogo. Quatro anos desse desenvolvimento foram dedicados a encontrar uma publisher para assinar o game conosco. Se o Saviorless chegou nesse ponto, de ser internacional, vários desenvolvedores cubanos podem ver a nossa trajetória e dizer: Cara, eu posso ir por esse caminho!
Veja a entrevista completa, em inglês, abaixo.
Uma sinopse do game cubano, no Steam:
Embarque em uma viagem às Ilhas Sorridentes, o reino dos Salvadores, onde um guia enigmático acena. O experiente narrador compartilhou essa história inúmeras vezes, mas nenhuma delas agraciou a terra milagrosa. Você pode aproveitar sua narrativa e ascender como Salvador?
Jogo tem mais de uma centena de avaliações positivas.
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