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EXCLUSIVO: Indie game brasileiro centra no terror psicológico envolvendo o período da ditadura no Brasil

Os desenvolvedores do Utopia Game Studio, de Porto Alegre, RS, estão iniciando o projeto "Ilha do Presídio", jogo que resgata o terror psicológico comum em games mainstream e mergulha no sombrio período da repressão militar no Brasil. A produção está nos passos iniciais, mas a equipe investe no conteúdo e pretende criar um game capaz de fazer justiça ao gênero. "O mercado anda carente de jogos de terror, já que muitas franquias que antes eram de terror migraram para a ação e tivemos jogos do gênero cancelados, como o Silent Hills", comentou Nathália Cruz, uma das integrantes do estúdio, em conversa online com o Drops de Jogos.

"Será um game de terror que se passa em uma ilha de no Lago Guaíba, em Porto Alegre", divulgou a desenvolvedora, explicando os fatores que unem o gênero do game com o período histórico nacional. "Chama-se Ilha das Pedras Brancas, mas também é conhecida como Ilha do Presídio, nome que dá título ao jogo. Essa ilha foi usada durante a ditadura militar para alojar presos políticos e outros presidiários". Desse fato histórico, decorrem as situações do game, que deverão ser investigadas pela personagem central do jogo, outro ponto interessante da produção.

"Falta uma boa representação de personagens femininas em jogos", afirmou Natália, enfatizando a opção por uma garota na investigação dos mistérios do game. "Muitas representações da indústria do entretenimento são esteriotipadas ou então muito sexualizadas", continuou, ressaltando que, acredita, a tendência para mostrar personalidades femininas com mais coerência no universo dos games ganha uma positiva relevância e atenção no meio. "Felizmente [o tema] está cada vez mais importante na industria do entretenimento. Vemos grandes franquias dando mais importância para essa questão e as pessoas debatendo mais sobre o assunto", enfatizou.

O projeto está sendo desenvolvido com sistema Unity 3D e tem previsão de um ano e meio de produção até a finalização. "Somos um time pequeno. Por enquanto, somos apenas três criadores: Eduardo Caringi, modelador, Eduarda Lacerda artista 2D, e eu, que sou a programadora", informou. "O level design foi feito pela Tamires Maxwell e, dependendo do desenrolar do projeto, estamos considerando contratar freelancers para lançar o jogo dentro do prazo", avaliou a jovem, atenta ao mercado.

A programadora afirma que o projeto já tem demo jogável e um breve teaser, que insere o jogador no clima soturno da aventura. Mas o time já se preocupa em aperfeiçoar o material para sair a campo em busca de investimentos para a produção. "Estamos tentando reunir uma boa fanbase antes de abrir [o crowdfunding] e também estamos negociando com um site para disponibilizarmos a demo gratuitamente, após alguns pequenos detalhes", afirmou Nathalia. Abaixo, você confere o vídeo do projeto.

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Kao Tokio

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