A empresária Érika Caramello, da Dyxel Gaming, parceira do Drops de Jogos, participa nesta terça (26) do WIBR Summit. De acordo com a empresa responsável, é um evento pioneiro criado para ampliar as vozes femininas que desempenham papéis cruciais como agentes de mudança no mercado de games, e inspirar cada vez mais mulheres a ingressarem nesse universo.
Tem apoio de marcas como Natura, Itaú e 1XBet.
Ela está com a caster Babi Michelleto, a apresentadora Nyvi Estephan e a pro-player de Valorant inclusivo Jelly. Na palestra, transmitida ao vivo, Érika falou sobre as dificuldades das mulheres no cenário.
O que eu acho interessante a respeito da presença feminina é o reconhecimento que está existindo em publishers estrangeiras, principalmente da Europa, que tem uma visão um pouco mais progressista. Já tive experiências de participar de rodadas de negócios com publishers estrangeiras árabes e eles não queriam conversar com mulheres. Isso é muito chocante.
Muitas vezes você pode estar à frente de um negócio, você pode ter a maior formação possível e imaginável sobre aquele assunto, e eu sou doutora na minha área e, não adianta, eu sou mulher, e surgem limitações. Cada vez mais o pessoal está receptivo porque a questão diversidade, e a questão das mulheres nos games, traz algo que é muito importante que é a inovação.
As mulheres têm um outro olhar. Você pára de ter apenas jogos mainstream, jogos de tiro, os games americanos principalmente, que vem de Hollywood, e vamos outros gêneros sendo trabalhados e ganhando o mundo. Eu tenho alguns cases de ex-alunos e de ex-alunas que estão agora fazendo sucesso internacional. Inclusive há mulheres trans.
Uma ex-aluna minha é a Tiani Pixel que fez o Unsighted e tem uma publisher europeia. Encurtamos distâncias. As pessoas enxergam o Brasil bem hoje. E as pessoas têm mais empresas com uma frente feminina. Isso faz toda diferença.
E mesmo com os avanços, a gente sente no Brasil resistências aos avanços das mulheres, principalmente na última década. Um clima nada amistoso. E, quando você lança um game, você lança para o mundo.
Existe uma garra de vencer o medo e participar de eventos, entre as minhas alunas, de expor nossos jogos sendo mulheres. É realmente complicado vencer esse medo. A gente é criada para ficar mais atrás das nossas mesas de conversa. Acho fantástico abrirem novas oportunidades. Todas as mulheres são uma inspiração para mim.
Érika Caramello também representou a Rede Progressista de Games, a RPG, idealizadora da cartilha Lula Play de políticas públicas para desenvolvimento de games e eSports entregue ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Nyvi Estephan falou sobre o prestígio que conquistou no cenário.
Tem o Tiago Leifert falando de mim. Tem o Fallen. Ver as minhas inspirações falando de mim, porque nunca deixaram de ser as minhas inspirações, não importa se eu estou trabalhando há anos. E também tem a quantidade interminável de campeonatos que eu participei. Tem muita história nisso que apareceu no Prêmio eSports Brasil 2023 lembrando meus 10 anos de carreira.
Andreza Delgado, criadora da PerifaCon, maior evento de geek de periferias, participou de outro painel do mesmo evento e fez pontuações importantes.
Nesses últimos cinco anos, construímos experimentações de games na periferia. E é um assunto que a gente vai entrando em camadas. Você está na periferia e você é mulher. Você vai entrando em uma caixinha. Em outra caixinha. E a gente quer na verdade destruir todas essas caixinhas.
Babi Michelleto reforçou alguns pontos levantados por Érika Caramello.
A gente que está no casting vê as mulheres se ampliando. Tenho uma produtora chamada RedCat, que está transmitindo esse evento, e a gente está cada vez mais apresentando o nosso valor, a nossa capacidade. Capacidade que muitas vezes foi calada.
Confira a transmissão ao vivo aqui.
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