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Exclusivo: “Esperamos que os brasileiros que gostem de vikings com armas de plasma”, dizem devs noruegueses ao Drops de Jogos

Por Pedro Zambarda, editor-chefe.

Os desenvolvedores da Ananki Game Studio, de Oslo, na Noruega, procuraram o Drops de Jogos em outubro de 2023 para uma entrevista exclusiva. A correria de final de ano evitou que a conversa fosse publicada antes, mas cá ela está. O game The Fate of Baldr, de viking futurista, deve ser lançado em abril de 2024. Confira a entrevista.

Drops de Jogos: Fate of Baldr é criado por uma equipe norueguesa com 10 anos de experiência. Como vocês chegaram nesse formato viking futurista?

Ananki Game Studio: A ideia em si surgiu durante uma sessão criativa em que preenchemos uma parede com notas adesivas contendo todas as ideias de jogos criativos que conseguíamos imaginar. Após um sistema de eliminação, no qual ponderamos uma ideia em relação à outra, acabamos com os Vikings de ficção científica.

Concluímos que este seria o melhor jogo que poderíamos criar com os recursos e habilidades disponíveis para nós na época.

O sistema educacional norueguês nos ensina muito sobre a mitologia nórdica, pois ela faz parte de nossa herança. No entanto, não queríamos nos ater às lanças, arcos e flechas da era viking. Para nós, parecia realmente divertido equipar os vikings com armas de alta tecnologia e tê-los explorando o universo em um navio viking impulsionado a jato.

DJ: Como foi o começo do desenvolvimento deste game? Quais foram os principais desafios?

AGS: O desenvolvimento de “The Fate of Baldr” começou após o verão de 2021. Tínhamos a ideia básica do jogo, mas certamente houve alguns testes e erros nas primeiras fases. Bastante cedo, imaginamos que os vikings deveriam ir para o subterrâneo em um espaço com câmera 2D (!) para coletar todos os recursos necessários para construir as torres.

Investimos algum tempo nisso e o implementamos no jogo. No entanto, não conseguimos realmente tornar esse modo divertido, então abandonamos essa ideia.

Em geral, acreditamos que o desenvolvimento de jogos não pode ser feito de maneira linear. Você realmente tem que experimentar coisas diferentes para ver se funcionam ou não. Se você estiver apenas focado no objetivo final, pode perder oportunidades que surgem durante as etapas de desenvolvimento, apenas porque tentou algo. Isso provavelmente é mais fácil em uma pequena empresa independente com três pessoas em comparação com grandes corporações.

Não tivemos grandes contratempos durante nosso desenvolvimento. Enfrentamos algumas dificuldades com o sistema multiplayer, alguns desafios com a implementação no Steam, mas a maioria desses problemas foram superados sem grandes problemas. Estamos em um ponto agora onde nos sentimos confiantes de que iremos concluir.

DJ: O modo co-op online foi difícil de ser implementado?

AGS: Para nós, criar um jogo cooperativo foi definitivamente mais desafiador do que um jogo apenas para um jogador. É preciso verificar tudo duas vezes. O som de um passo é reproduzido em todos os clientes? Por que a chama da jetpack só é visível para o host?

Há mais coisas que podem dar errado em um jogo multiplayer, mas no final, realmente vale a pena! Achamos que o jogo funciona muito bem no modo para um jogador, mas é ainda mais divertido com os seus amigos. Ah, e mencionamos que temos o fogo amigo ativado por padrão? Você realmente deve ter cuidado com onde aponta aquele lança-foguetes.

A maneira como implementamos a funcionalidade cooperativa é que o primeiro jogador a entrar em um lobby atua como o host. Até 3 clientes podem se conectar a este host. O host escolherá quais melhorias as equipes usarão e seu progresso decide para quais planetas a equipe pode viajar.

Após vencer um nível, todos os jogadores compartilham as recompensas e os pontos de experiência. Eles podem usar essas recompensas e o progresso sempre que eles próprios hospedarem um jogo ou jogarem como no single player.

DJ: A realidade do desenvolvimento de games na Noruega e no Brasil são diferentes. O que vocês esperam do público brasileiro com o jogo de vocês?

AGS: O desenvolvimento de jogos na Noruega é realmente pequeno, em comparação com a maioria dos países, mas pelo menos está crescendo. Obviamente, estamos aqui tentando nos destacar e sermos notados pelo nosso jogo no mundo todo.

Esperamos que os jogadores brasileiros que gostem da ideia de vikings com grandes armas de plasma ou que simplesmente apreciem o gênero “tower defense” nos apoiem e adicione o jogo à sua lista de desejos no Steam para receber as últimas atualizações de notícias.

DJ: Por que o game só chegará em 2024?

AGS: Sim, o jogo será lançado entre abril e maio de 2024. Ainda há algumas características que gostaríamos de adicionar ao jogo. Algumas delas visam tornar as classes únicas. Por exemplo, quando atinge um certo nível com sua classe de franco-atirador, desbloquea a habilidade de disparar um tiro perfurante que atravessa os inimigos.

Para a classe Berserker, você adquire uma habilidade que aumenta o dano corpo a corpo à medida que sua saúde diminui. Uma classe diferente melhora a colheita de recursos e reduzirá o tempo de construção das torres. Atualmente, estamos implementando inimigos voadores, que não podem ser atacados por todos os tipos de torres.

Embora a data de lançamento pareça distante em um sentido, também sentimos a pressão, pois queremos garantir que o jogo seja tão incrível quanto imaginamos.

DJ: Vocês planejam atualizações do título até qual ano?

AGS: Se as pessoas gostarem do jogo, com certeza seria divertido continuar trabalhando nele. Estamos discutindo muitas ideias no momento, mas nada está realmente decidido. Uma ideia é ter mapas de PvP, onde dois grupos de jogadores se encontram e batalham enviando ondas de inimigos contra o navio viking do outro.

Esse modo seria com certeza muito divertido, mas, no momento, nada está definido e estamos realmente focados em fazer um jogo completo e funcional a partir da data de lançamento.

DJ: Tem algo que eu não perguntei e vocês gostariam de acrescentar?

AGS: Queremos agradecer ao público brasileiro por ler sobre nós e sobre “The Fate of Baldr”. Estamos muito apaixonados pelo jogo e esperamos que os jogadores brasileiros nos apoiem, adicionando o jogo à lista de desejos no Steam para receber as últimas atualizações de notícias.

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Fate of Baldr. Foto: Divulgação

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Pedro Zambarda

É jornalista, escritor e comunicador. Formado em Jornalismo pela Faculdade Cásper Líbero e em Filosofia pela FFLCH-USP. É editor-chefe do Drops de Jogos e editor do projeto Geração Gamer. Escreve sobre games, tecnologia, política, negócios, economia e sociedade. Email: dropsdejogos@gmail.com ou pedrozambarda@gmail.com.

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