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Opinião: Sim, o cinema nacional pode ajudar os jogos desenvolvidos no Brasil

E a Ancine ainda marcou mais um gol ao anunciar um segundo edital nos mesmos moldes. Promete colocar mais R$ 10 milhões no mercado, somando R$ 20 mi num período de um ano.

Numa boa reportagem publicada no site Jovem Nerd, desenvolvedores como Saulo Camarotti (Behold Studios) e Sandro Tomasetti enfatizaram que os editais da Ancine não "salvam a cena", mas ajudam muito na sua maior consolidação. "Com certeza o investimento vai ajudar a melhorar nosso alcance, nossa qualidade, e muitos desses projetos vão chegar ao fim. Só isso já é uma baita diferença", explica Saulo.

Pelo discurso de Manoel Rangel, diretor presidente da Associação Nacional de Cinema, a ideia é justamente trazer o fomento que lançou filmes como Tropa de Elite para o mercado internacional na primeira década dos anos 2000 e refletir o sucesso nos games brasileiros. Numa cadeia menos influenciada por políticos e conglomerados culturais mais tradicionais, os videogames brasileiros podem alcançar voos mais abrangentes dentro e fora do Brasil.

O único problema é que Manoel deixa o cargo no fim de maio, o que pode comprometer futuras ações. Figura presente na Ancine desde os governos Lula e Dilma, ele traz o comprometimento nacional com as iniciativas – embora a agência tenha demorado para olhar os jogos.

Além dele, a Apex-Brasil, o BNDES e a ABRAGAMES, a maior associação de desenvolvedores de jogos nacional, tornam a iniciativa dos editais um verdadeiro marco de mudança.

Manoel Rangel também sinalizou que é possível uma discussão mais séria e profunda sobre a diminuição de impostos. A polêmica vazia da cobrança de um CONDECINE dos games, espalhada por colunistas como Flávio Ricco do UOL, escondeu que a Ancine pode batalhar por uma simplificação tributária. A taxa poderia ser usada para criar fundos para o desenvolvimento de jogos, e não classificando jogos digitais como "jogos de azar", que são sobretaxados.

Por isso, sim, o modelo do cinema nacional pensado pela Ancine pode ajudar e muito os jogos desenvolvidos no Brasil.

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Pedro Zambarda

É jornalista, escritor e comunicador. Formado em Jornalismo pela Faculdade Cásper Líbero e em Filosofia pela FFLCH-USP. É editor-chefe do Drops de Jogos e editor do projeto Geração Gamer. Escreve sobre games, tecnologia, política, negócios, economia e sociedade. Email: dropsdejogos@gmail.com ou pedrozambarda@gmail.com.

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