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Primeiras impressões: Relic Hunters Zero, jogo brasileiro gratuito e open source

Apreciei Relic Hunters em duas ocasiões: No SBGames em Porto Alegre, em novembro de 2014, e no SPIN de agosto deste ano, com seu criador Marcos Venturelli e meu colega e parceiro do Bonus Stage, Rodrigo Sanches. O jogo foi feito para jogar em mais de uma pessoa. É um jogo de plataforma simples, com uma variedade boa de armas, em que seu objetivo e matar os diferentes adversários no caminho.

Os personagens possuem uma estética que lembra games japoneses e são "chibi", ou seja, lembram bastante crianças. A trilha sonora é eletrônica e bem sincronizada com o barulho de tiroteio. Jogando com amigos, grandes serão as chances de você acertar disparos no seu parceiro. Então, embora o objetivo seja simples – eliminar os adversários -, é necessário que você tenha alguma estratégia nos ataques.

Se um parceiro está com metralhadora, é legal que outro utilize armas brancas ou socos para proteger a retaguarda. Se um está usando a shotgun, outro deve se precaver pra não ficar próximo dos disparos. Bombas e outros armamentos podem ajudar nos ataques.O personagem que tiver mais escudo pode ficar mais próximo dos inimigos e apanhar menos.

O segredo de Relic Hunters Zero

Gostou do jogo? Quer aprender a fazer pixel art para videogames? Relic Hunters permite configurar novas armas pelo Game Maker Studio. O código dele é aberto (open source). Marcos Venturelli criou um tutorial em inglês que ensina a configurar e a criar suas armas em arquivos no formato .png. Se você curte e quer aprender a fazer design de games, tem que ler neste link.

O jogo foi criado em uma game jam, uma reunião de desenvolvedores, e mantém sua criação coletiva, open source, até hoje.

A ideia de Relic Hunters Zero não é simplesmente apelar para vendas e sim para a criatividade do gamer em um jogo simples. Mesmo assim, ele foi premiado no BIG Festival 2015, na categoria BIG Starter, com um prêmio de R$ 20 mil.

Quem são os criadores de Relic Hunters?

Marcos Venturelli é um desenvolvedor nascido em Salvador e que trabalhou em diferentes estúdios. Ele participou do Critical Studio, no Rio de Janeiro, que fechou as portas em 2013 mesmo depois de conseguir cerca de um milhão para seu jogo DungeonLand. Mesmo com os problemas no caminho, o game chegou no top 10 do Steam. Depois de DungeonLand, Marcos integrou ao time do Behold Studios em Brasília, e ajudou a desenvolver o jogo baseado em super sentais Chroma Squad. Relic Hunters foi o primeiro game programado integralmente por Marcos Venturelli, que trabalha com outros estágios no game design.

Betu Souza é artista e trabalha com o Behold, em jogos como o próprio Chroma e Knights of Pen & Paper, de RPG por turnos. Os dois são talentos que estão despontando no mercado nacional, especialmente numa estética mais retrô, 2D e com gráficos simples.

Relic Hunters Zero está em português

Apesar do nome em inglês, Relic Hunters está todo legendado em português. Por fim, ele está disponível em inglês e tem uma comunidade online que está trabalhando para deixá-lo em outros idiomas. Relic Hunters Zero não tem propósito de ser monetizado, render dinheiro para seus criadores, e quer criar um repositório público de colaborações de outros desenvolvedores.

Nossa avaliação

– Gráficos: 9
– Jogabilidade: 9
– Som: 9
– Replay: 9,5
– Nota final: 9,12

Nossa conclusão

Gosta de jogos de tiro com visual japonês? Baixe o quanto antes para conhecer este game. É adepto da filosofia Linux, mas nunca viu isso em games? Vale a pena entrar neste jogo open source. Por fim, se você não conhece nada sobre jogos brasileiros, Relic Hunters Zero é um ponto de partida.

Confira abaixo um gameplay do nosso parceiro Bonus Stage

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Pedro Zambarda

É jornalista, escritor e comunicador. Formado em Jornalismo pela Faculdade Cásper Líbero e em Filosofia pela FFLCH-USP. É editor-chefe do Drops de Jogos e editor do projeto Geração Gamer. Escreve sobre games, tecnologia, política, negócios, economia e sociedade. Email: dropsdejogos@gmail.com ou pedrozambarda@gmail.com.

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