A criação do jogo rendeu uma premiação do concurso “NASA Ames Space Settlement”, que teve seis mil candidatos neste ano. O Brasil só participou duas vezes antes da competição, sem ganhar. Você pode jogar o game do João Paulo aqui.
O Drops de Jogos publicou a história dele no dia 1º de abril.
Conseguimos entrevistar João Paulo e seu professor Felipe Paquieli. Confira as conversas pingue-pongue.
Drops de Jogos: João, tudo bem? Quando você começou a jogar videogame?
João Paulo: Tudo bem. Meu pai comprou um PlayStation 3 pra mim antes mesmo de eu ter nascido, mas acho que comecei a jogar com ele quando eu tinha quatro anos.
DJ: Quais são seus jogos favoritos?
JP: Minecraft e os jogos da série LEGO.
DJ: Por que você decidiu escrever um livro e estudar games?
JP: Porque eu queria contar uma história que eu tinha imaginado. Fiz também em inglês porque meus amigos que moram nos Estados Unidos não entendem nem falam em português. Depois eu fiz o game incluindo uma estação espacial pra participar do concurso da NASA.
DJ: O que você pretende fazer quando receber o prêmio da NASA?
JP: Pedir pra viajar no foguete e andar pelo espaço sem gravidade.
DJ: Você pretende ser astronauta numa estação espacial?
JP: Sim. Eu já sou quase um engenheiro astronauta.
DJ: Tem algo que eu não perguntei e você gostaria de falar?
JP: Queria falar que o melhor planeta que existe é a Terra porque tem meus pais e meus amigos, mas eu gostaria mesmo é de poder patinar nos anéis de Saturno.
Com o professor Felipe Paquieli.
DJ: Como o João se saía nas aulas? Ele era uma exceção?
Felipe Paquieli: O João Paulo se sai muito bem, ele assimila o conteúdo mais rápido que os outros alunos que são um pouco mais velhos que ele. Uma coisa que diferencia muito o João Paulo é que ele consegue se focar muito rápido e realizar as atividades de forma independente antes dos seus colegas. A fluência em inglês também ajuda bastante no entendimento das plataformas de programação.
DJ: Como a escola ajudou ele no desenvolvimento do game?
FP: A escola cedeu espaço e tempo para o desenvolvimento do game, além de dar todo o incentivo durante a execução do projeto. Durante esse tempo o João esteve sob minha tutoria, onde eu o ensinava alguns tópicos que a turma dele, no curso, só verá mais para a frente. Isso permitiu que o jogo ficasse como ele queria. A escola também ajudou na elaboração do documento final do concurso, hospedagem do jogo e elaboração dos vídeos para divulgação.
DJ: Qual idade vocês recomendam para uma criança desenvolver um jogo digital?
FP: Nós recomendamos o início desse aprendizado a partir de seis anos. Durante essa idade as crianças estão em fase de alfabetização e os programas utilizados nas aulas necessitam de leitura, escrita e habilidade motora. Além disso, nesta idade as crianças são muito curiosas e já estão interessadas em jogos e dispositivos digitais.
DJ: Vocês defendem ensino de programação no ensino básico? Por qual razão?
FP: Sim, a programação ajuda a tomar decisões através do desenvolvimento do raciocínio lógico, estimula o trabalho em equipe e a criatividade, gera maior interesse pela matemática e reforça o inglês, pois as plataformas e códigos são neste idioma. Também ajuda o aluno a organizar melhor seus pensamentos. O aluno não precisa se tornar programador profissional para usufruir dos benefícios da programação; quando esta é ensinada na educação básica, irá auxiliar muito no desenvolvimento profissional independente da área que seja escolhida. Por meio de projetos de programação e robótica, a criança poderá vivenciar conceitos de ciência, tecnologia, engenharia, artes e matemática.
DJ: Há algo que eu não perguntei e vocês gostariam de falar?
FP: Todas as crianças podem chegar ao mesmo patamar que o João Paulo. Basta se dedicar, se esforçar e, o mais importante, se divertir e gostar daquilo que estão fazendo, o que é muito fácil quando falamos de jogos, aplicativos e robôs e artes digitais.
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