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Opinião: No The Game Awards, Pocket Bravery e God of Rock levam a cena brasileira de jogos até um novo patamar

Por Pedro Zambarda, editor-chefe do Drops de Jogos.

Em 2018, no The Game Awards, considerado o “Oscar dos Games”, o Brasil encheu de orgulho o mercado internacional. Não num jogo 100% brasileiro, é verdade, mas com duas premiações. Celeste, que teve o trabalho dos brasileiros Pedro Medeiros, Amora Bettany e Heidy Motta, foi reconhecido no Games For Impact e como Melhor Game Independente. Foi uma celebração.

Cinco anos depois, após uma pandemia e governantes que negaram a vacina, o Brasil volta a surpreender nos indiegames. Pocket Bravery e God of Rock são indicados ao TGA 2023.

Indicados como melhores indie? Não. Indicados ao prêmio de Melhor Jogo de Luta.

O mercado brasileiro de jogos indie anda às mil maravilhas? Não, não anda. Há um fenômeno global de layoffs, nome chique (e em inglês) para demissão em massa, em empresas pequenas e nas empresas com investimentos internacionais. Houve muitos mortos por descaso do poder público no governo anterior.

A economia nacional encontra-se debilitada e, com dificuldade, as autoridades retomam investimentos públicos que provocaram um boom no mercado nos anos 2000 e sobretudo a partir de 2008.

Pocket Bravery e God of Rock, no entanto, mostram que o trabalho nacional atinge reconhecimento internacional entre os grandes títulos da indústria, que contam com investimentos milionários. Pocket e God concorrem com colossos da indústria, como Street Fighter 6 e Mortal Kombat 1.

Pocket é um jogo de luta 2D, fortemente inspirado pelos clássicos do mercado, que tem um sistema de combos e quebras bem viciante, enquanto God of Rock mistura luta e os nossos queridos simuladores musicais.

Vão ganhar nessa grande premiação, com divulgação internacional dos EUA? Dificilmente.

Mas a indicação e o reconhecimento mostram que a criatividade e a mudança existem em mercados novos, que saem da saturação americana, europeia ou mesmo a japonesa.

A indústria de games já está enfrentando mudanças com o crescimento da China nesse mercado. O Brasil, mesmo com debilidades nacionais bem explícitas, mostra competência e consistência na publicação de seus jogos.

Se a economia do país se recuperar, o futuro do mercado brasileiro pode estar repleto títulos e talentos que podem conquistar reconhecimento em premiações globais.

E sucesso comercial? Por que não?

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God of Rock e Pocket Bravery. Foto: Divulgação/X

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Pedro Zambarda

É jornalista, escritor e comunicador. Formado em Jornalismo pela Faculdade Cásper Líbero e em Filosofia pela FFLCH-USP. É editor-chefe do Drops de Jogos e editor do projeto Geração Gamer. Escreve sobre games, tecnologia, política, negócios, economia e sociedade. Email: dropsdejogos@gmail.com ou pedrozambarda@gmail.com.

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