Indie

Unity tenta esclarecer nova cobrança aos desenvolvedores, que continuam revoltados

Nesta terça (12), a Unity decidiu iniciar a cobrança de uma ‘taxa de instalação’ após download de games com o motor gráfico. Segundo a empresa, toda vez que o jogador instalar um game com a engine, a desenvolvedora precisaria pagar uma taxa. Isso gerou uma mobilização global de críticas – que chegou aos desenvolvedores indies no Brasil.

A companhia tentou esclarecer o relato e amenizar a situação. Em comunicado, enviado ao site Axios, a empresa divulgou mais detalhes sobre as cobranças. A partir de 1º de janeiro de 2024, a taxa de instalação e tempo de execução será aplicada em jogos com Unity, ultrapassando determinados limites de receita.

De acordo com o gerente geral da empresa, Marc Whitten, o objetivo da cobrança é investir no motor gráfico. “Nosso ponto principal é simplesmente garantir que teremos o valor necessário para continuar a investir na nossa missão fundamental que garantir as melhores ferramentas para a criação de jogos“.

Segundo Whitten, os desenvolvedores não precisam se preocupar, pois cobranças não serão realizadas em caso de instalação e desinstalação constantes, e nos serviços de assinatura as taxas serão transferidas às companhias responsáveis.

Para ele, apenas 10% das desenvolvedoras precisarão pagar a taxa. Além disso, nos casos dos serviços de assinatura (Game Pass e PS Plus) a taxa será cobrada diretamente da MS e Sony.

Uma das estratégias da empresa, para apaziguar os ânimos, é transferir a cobrança das taxas a empresas como Sony e Microsoft. Ou seja, se algum game com Unity aparecer no Game Pass ou PS Plus, a empresa quer cobrar a taxa da Sony e Microsoft, ao invés da desenvolvedora.

Unity. Foto: Divulgação/X

Whitten também aponta que códigos oferecidos gratuitamente e demos estarão isentos da cobrança. No geral, apesar das explicações a comunidade não está satisfeita com a decisão. Como é o caso da Innersloth, responsável por Among Us. Veja a reclamação da Innersloth sobre a Unity:

“Usamos Unity para fazer nossos jogos. Isso prejudicaria não apenas a nós, mas também a outros estúdios de jogos de todos os orçamentos e tamanhos. Se isso acontecer, atrasaremos o conteúdo e os recursos que nossos jogadores realmente desejam e portar nosso jogo para outro lugar (como outros também estão considerando). Mas muitos desenvolvedores não terão tempo ou meios para fazer o mesmo. Parem com isso“.

Com informações de Adrenaline e Wccftech.

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Pedro Zambarda

É jornalista, escritor e comunicador. Formado em Jornalismo pela Faculdade Cásper Líbero e em Filosofia pela FFLCH-USP. É editor-chefe do Drops de Jogos e editor do projeto Geração Gamer. Escreve sobre games, tecnologia, política, negócios, economia e sociedade. Email: dropsdejogos@gmail.com ou pedrozambarda@gmail.com.

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