Os repórteres Mateus Mognon e Felipe Payão do Voxel (Tecmundo) fizeram uma reportagem em profundidade sobre a situação de desenvolvedores da cena brasileira de jogos indie na Gamescom Latam 2025. E a situação não é boa: Os devs falaram que “pagaram para trabalhar” ao site.
Diz trechos da reportagem:
Os problemas da Gamescom Latam começaram a repercutir com uma publicação no Bluesky realizada pelo desenvolvedor “Falme”, que contou sua experiência como expositor em um dos estantes. A publicação foi compartilhada e recebeu relatos de outras pessoas que tiveram contato com estúdios independentes na edição deste ano, principalmente na parte do Panorama Brasil.
Um dos pontos mais polêmicos envolve o fato de que a Gamescom Latam não fornece incentivo financeiro para os desenvolvedores participarem da feira. Enquanto alguns expositores pagam para apresentar seus jogos no local e outros participam gratuitamente, seja por edital ou seleção, nenhuma ajuda de custo é fornecida pelo evento de maneira oficial. Transporte, alimentação e hospedagem: tudo é custeado pelos próprios estúdios independentes.
A Gamescom Latam 2025 permitia que desenvolvedores apresentassem seus games ao público dentro de estandes de marcas e instituições, como Xbox, e também nos espaços próprios organizados pela feira, que inclui o Panorama Brasil. Enquanto os jogos fazem parte das atrações da feira e servem como entretenimento para a audiência do local, o evento costuma pagar os desenvolvedores apenas com “divulgação e visibilidade”.
(…)
Falme, que denunciou o caso no Bluesky, disse que foi ao evento a convite da Cult SP e trabalhou por cinco dias no estande, mas sem receber qualquer auxílio financeiro direto da feira. “A única coisa que saiu gratuito foram os ingressos mesmo, para os 5 dias, e isso foi pelo motivo de termos ganho um Edital”, explicou o desenvolvedor.
Victor de Paiva, fundador e produtor executivo da Garoa, também comentou sobre o assunto com o Voxel. Após seis participações no BIG e Gamescom, ele disse que até existem formas de conseguir ajuda financeira. No entanto, esse incentivo não é divulgado e “o valor é baixo.”
A falta de incentivo também vai além dos estandes de exposição, afetando até mesmo as palestras do evento. A desenvolvedora Tiani Pixel, que trabalhou em Unsighted e está criando Abyss x Zero, foi convidada para participar da feira, mas a Gamescom Latam não iria fornecer nem mesmo o Uber para ela chegar até o local.
A reportagem do Voxel acrescenta:
Gerenciada pelo grupo Omelete, a Gamescom Latam absorveu o BIG Festival, que era conhecido por dar luz e servir como plataforma de contato para desenvolvedores brasileiros. No entanto, a ala voltada para jogos independentes da nova feira virou um grande alvo de reclamações. Enquanto centenas de pessoas se divertiam jogando, a feira escondia um lado obscuro, com pessoas trabalhando de graça por divulgação de seus projetos com restrições de equipamento e, em alguns casos, ficando em pé por horas.
O site ainda produziu um vídeo sobre o assunto. Encorajamos que você leia o texto completo aqui. E assista o vídeo.

Voxel faz bom jornalismo e torna públicos relatos de desenvolvedores sobre insegurança na Gamescom Latam. Foto: Reprodução/YouTube
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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.