Na última sexta-feira (12) a Nintendo apresentou o seu mais recente Nintendo Direct, um evento virtual de novidades da empresa. Havia muita expectativa para este em específico, por que ele seria o maior Direct desde o lançamento do Switch 2 e aconteceria na véspera do aniversário de 40 anos do Mario.
No geral, foi um evento bem interessante, e mostrou bem o que esperar da empresa no futuro próximo. Por isso, listamos aqui 10 coisas que aprendemos sobre a Nintendo e o Switch 2 com o último Nintendo Direct.
Nintendo quer deixar bem claro que ainda não abandonou o Switch
Apesar de ser o primeiro “grande” evento da empresa desde o lançamento do Switch 2, o Nintendo Direct desta sexta (12) veio com uma mensagem bem clara: o Switch ainda não está morto.
A todo momento a empresa lembrava os jogadores de que não era só o Switch 2 que iria receber novidades, e 15 dos jogos mostrados no evento também irão sair para a primeira versão do console – inclusive alguns dos principais anúncios do evento, como Hades 2, Dragon Quest VII Reimaged e o remaster de Super Mario Galaxy.
Ainda que a imprensa só fale do Switch 2, a Nintendo está se esforçando para lembrar a todos que o original não está “morto”, e ainda deverá receber muitos jogos novos nos próximos anos.
40 anos do Mario não é o que esperávamos, mas é muito bom
Eu, você, minha mãe e basicamente todo o mundo estávamos esperando ter pelo menos uma amostra do próximo grande jogo do Mario. Afinal, há uma enorme curiosidade em saber o que a Nintendo irá aprontar com o personagem no Switch 2, que é o console mais “poderoso” da empresa em décadas.
Neste sentido, o Direct foi uma decepção. Afinal, não houve nem uma menção ao próximo “grande jogo” do Mario, aquele que deverá ser o sucessor de Super Mario Odyssey no cânone do personagem. Mas isso não quer dizer que o aniversário de 40 anos do personagem esteja ruim – muito pelo contrário.
Entre uma nova versão para Switch 2 de Super Mario Wonder com conteúdos adicionais que é basicamente um novo “Mario Party“, um novo game protagonizado pelo Yoshi (Yoshi and the Mysterious Book), Mario Tennis FEVER e Super Mario Galaxy 1+2 Remaster, dá pra dizer que é uma line-up de respeito.
Sim, não tivemos nada sobre o próximo grande jogo do Mario, mas o que não vai faltar são novos bons jogos do personagem para os fãs.
Filme do Mario é mais importante do que imaginávamos
Uma coisa que surpreendeu um pouco neste último Direct: mesmo com diversos jogos muito bons envolvendo o Mario, Miyamoto-San fez questão de anunciar que o “grande produto” da comemoração de 40 anos do personagem será o filme de Super Mario Galaxy, uma continuação direta da animação lançada em 2023.
É até engraçado ver que falar em “filme do Mario” foi por quase três décadas considerado uma “afronta” na empresa, e hoje é visto como um produto chave na estratégia da Nintendo. Tipo, dá pra entender: o primeiro Super Mario Bros. O Filme arrecadou pouco mais de US$1,3 bilhões de bilheteria e se tornou em apenas uma semana a maior bilheteria histórica de um filme baseado em videogames. Mas essa mudança tão rápida de atitude não deixa de ser engraçado de observar.
Se você quiser saber mais sobre os filmes em desenvolvimento, nós temos uma postagem especial com todos eles.
Switch 2 é o console para se jogar de tudo mesmo
Enquanto no primeiro Switch o discurso da empresa era mais sobre praticidade de jogar e menos sobre o hype do momento, após este último Nintendo Direct ficou claro que a empresa quer abraçar ambos com o Switch 2.
Essa estratégia ficou ainda mais clara após o último Direct, com o anúncio da chegada de Resident Evil 9: Requiem ao console e a confirmação da Square-Enix de que o segundo e terceiro jogos de FF7 Remake também lançarão ali.
Até então, o Switch 2 só estava recebendo versões de jogos “AAA” que já tinham sido lançados há alguns anos. Mas, com esses anúncios, ficou claro que o futuro do console está não apenas nos exclusivos da Nintendo, mas em ser uma plataforma completa onde você poderá jogar tudo (claro, se você não se preocupar com “detalhes” como performance e taxa de frames).
Multiplayer é algo muito importante para a Nintendo
Outra tendência que podemos dizer que a Nintendo está abraçando é a de jogos multiplayer. E o Switch 2 talvez seja o console onde isso é um dos pontos de venda mais importantes desde o Wii.
E não falo apenas sobre os esforços da Big N em tentar de vender o acessório de câmera (algo que eu prevejo que será igual o Kinect: algo que as pessoas irão comprar, usar uma ou duas vezes e depois virar apenas algo pra acumular poeira próximo ao console). Diversos dos jogos mostrados a empresa fazia questão de dizer que possuíam suporte a gameplay local e online, além de o tempo todo relembrar sobre a nova função Game Share, que permite um grupo de pessoas jogar o modo multiplayer de um game sem precisar que todas elas possuam o jogo.
Metroid Prime 4 não está sendo tratado da forma que merece
Uma das grandes expectativas para o último direct era o anúncio da data de lançamento de Metroid Prime 4: Beyond. E isto aconteceu – mas com muita menos pompa do que esperávamos.
Depois de mostrar um gameplay de motinha que, sejamos sinceros, foi bem decepcionante e talvez a pior coisa mostrada desse jogo até agora, a data de lançamento foi anunciada lado a lado com a de novos amiibos do jogo. Sem narração falando sobre como o game é incrível, sem a entrada de diretores do game para prometer como a espera valeu a pena.
Pelo que vimos no evento, os 8 anos de espera, a mudança de desenvolvedora e o conceito de jogar tudo fora para refazer do zero não parece ter resultado num produto incrível, mas em algo “passável”. E, pelo esforço que a Nintendo está dispensando ao marketing do game, a empresa tem noção disso.
Tudo bem que Metroid não aparece entre os 10 jogos mais vendidos da Nintendo desde o GameCube, mas é uma franquia histórica e importantíssima. E é triste ver o próximo jogo da franquia recebendo um tratamento que não é digno desta importância.
Monster Hunter Stories 3 é a nova versão melhorada de Pokémon
Como eu já comentei várias vezes com quem me conhece, Ni No Kuni: Wrath of the White Witch possui a evolução das batalhas de Pokémon que a Gamefreak demorou demais para tentar fazer algo parecido. E, pelo jeito, Monster Hunter Stories 3 fará a mesma coisa com o uso de monstros para exploração do cenário.
Ver o primeiro trailer do jogo tão próximo de um novo vídeo sobre Pokémon Z-A é até covardia. E não fala na questão gráfica, mas na forma que a franquia da Capcom usa os monstros para explorar o cenário. Você monta em monstros voadores, usa monstros com garras para escalar paredes e montanhas, usa monstros aquáticos como barcos para explorar áreas de água.
Sim, isso não é nenhum novidade e já existia desde os Pokémon Red/Blue originais. Mas a forma “natural” como Monster Hunter Stories 3 mostra isso sendo feito em um mundo aberto 3D é algo que a Nintendo e a Game Freak ainda não conseguiram copiar. E será possível que, mais uma vez, a franquia original de usar monstros para lutar e explorar mundos não seja o melhor jogo do gênero disponível para um console da Nintendo.
A gamefreak quer fazer uma versão Pokémon de tudo
Os jogos Pokémon começaram sua história como RPGs clássicos de turno, mas desde o lançamento em 1996 os monstrinhos da franquia já foram usados em diversos outros gêneros. Desde coisas mais lógicas, como jogos de luta, até gachas para celulares, jogos de carta, pinball, dungeon crawlers, de fotos e até uma espécie de tamagotchi.
E agora a franquia vai para um novo gênero com Pokémon Pokopia, levando os monstrinhos para o mundo dos “cozy games” de títulos como Stardew Valley.E, como um Ditto que finge ser um humano para criar sua própria “fazenda” Pokémon, o novo título segue a linha clássica da franquia de “se esses bichos não fossem tão fofos isso seria uma história de terror”.
Depois dos jogos digitais, a nova moda são os cacarecos reais

(Imagem: divulgação/Nintendo)
O sucesso dos Amiibos mostrou para a Nintendo que os fãs gastam uma boa grana com coisinhas que eles podem colocar na estante da sala, e a empresa mostrou que entendeu o recado. Além de novos jogos, o Nintendo Direct de setembro também mostrou muitos novos produtos “reais”.
Desde uma versão física real do livro de Rosalina em Super Mario Galaxy até uma versão real das flores falantes de Super Mario Wonder, o que não faltou foram cacarecos oficiais Nintendo que parecem algo que você poderia achar no catálogo da Imaginarium.
Ainda não vimos o poder real do Switch 2

Foto: Reprodução/Site da Nintendo
Sim, o console lançou há nem seis meses, mas é incrível como mesmo com tantos anúncios a Nintendo ainda está “escondendo o jogo” com o Switch 2.
Ao não mostrar nada sobre um Mario ou Zelda feito especificamente para o console, nós ainda não temos uma noção do que realmente será possível ser feito com o videogame. Afinal, esses são os jogos que normalmente mostram a capacidade real dos videogames da empresa.
O próprio Switch é um exemplo, que era visto como uma “piada” em termos de hardware até a Nintendo mostrar com Super Mario Odyssey e The Legend of Zelda: Breath of the Wild do que ele era realmente capaz. E com tudo o que já foi anunciado para o Switch 2, o fato de nós não termos visto nada ainda sobre as duas grandes franquias da empresa é um sinal de que ela nos mostrou apenas a “superfície” do console, e provavelmente ainda teremos muitas surpresas com ele nos próximos anos.
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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.

